tag:blogger.com,1999:blog-72501128521411043552024-03-19T01:11:46.137-03:00Asneiras do VentoEncontrar as palavras vagas e solidificá-las pela ventania.J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.comBlogger201125tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-82082715283585289562012-01-04T02:16:00.002-02:002012-01-04T02:19:29.952-02:00De VezenquandoVezenquando venho aqui,<br />te cheirar, te tocar, te sentir.<br />Refugiar-me em ti,<br />primeiro espaço, primeiro ato.<br /><br />Vejo baratas arrastarem-se sobre ti,<br />e não te rejeito.<br /><br />És tão escuro,<br />e tão entregue.<br /><br />És um livro fechado,<br />empoeirado, não-vendido.J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-2887040662102697352011-10-04T23:39:00.004-03:002011-10-04T23:51:13.232-03:00Diário CoadjuvanteNão mais admiro esta paisagem<br />nem estes campos nem esta maldita estiagem <br />de ideia, de ideia<br /><br />Não me vejo neste espaço claustro<br />escuro, dramático<br /><br />Não mais pretendo voltar aqui<br />Estou querendo aprender a fingir de sorrir<br /><br />Não sei, mas foi que <br /><br />De repente<br />deu vontade de brincar de estar vivo...<br />e sobre uma corda esticada eu vou...................................<br />......................................J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-22250491522353562502011-09-12T17:24:00.000-03:002011-09-12T17:26:43.458-03:00Que "poesia" é essa?Dólar fecha<br />acima de R$ 1,70 <br />pela 1ª vez no ano<br />Medo de calote da Grécia leva a dia <br />de prejuízos nos mercados pelo mundo.<br />Déficit estatal da Grécia sobe 22%<br />Balança já tem superávit maior que <br />o de 2010<br />EDUCAÇÃO<br />Ranking não é <br />preocupação, <br />diz Inep<br />Presidente do <br />órgão comentou Enem.<br />Para educadores, ranking <br />não avalia escolaJ. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-19454784141773529992011-09-07T10:08:00.002-03:002011-09-07T10:12:43.515-03:00TemposTem gente me olhando do escanteio,<br />da zaga, do ataque.<br />Tem gente me querendo de todos os lados.<br />E eu não me quero.<br />Só penso, ainda, em Alanna. <br />Em Alanna, que nada mais é senão uma distorção da realidade.<br />Uma parte da minha infância que jorra sangue tal qual um vulcão em atividade inconstante. Quem sabe daí, eu consiga verter lágrimas que já não são derramadas há mais de um ano, acredito.<br /><br /><br />Minha plenitude era chorar;<br />hoje, é sorrir.<br />Pena ser um sorriso comedido.J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-54362808822311523632011-08-06T23:48:00.001-03:002011-08-06T23:50:13.439-03:00Novo BlogO ENSAIO DO EQUILIBRISTA.BLOGSPOT.COM<br /><br />Será o meu outro espaço...J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-28280405908414152362011-08-06T11:43:00.003-03:002011-08-06T11:47:55.414-03:00NadaNada a escrever, nada a falar. Silêncio de um filme chamado Últimas Horas (inspirado na vida de Kurt Cobain).<br /><br />Tédio, quase demência, inercia, desaptidão, incapacidade de continuar. Tristeza, melancolia. <br /><br />Sinto raiva de ser, como se eu fosse culpado por mim.J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-87512175522621150392011-07-30T10:30:00.007-03:002011-07-30T11:26:43.592-03:00Só mais uma vez, ChicoDe tuudo aoo meuu amooor seerei ateeento,<br />Deee tuuudooo aao meeu aamor sereiii atentooo,<br />Deeeee tuuuuudo aoooo meeeuuu amoooe seereiiii aaatento.<br />De tudo.<br />De tudo.<br /><br />(Música "Construção", Chico Buarque)<br /><br />- Eu vou.<br /><br />- Tudo bem. Bom trabalho.<br /><br />Sustentando peso, colando tijolos, preparando cimento, ele bebia suas lágrimas para matar sua sede, angústia. Prometeu um playstation 03 ao filho, dera um quebra-cabeça de 12 peças. Prometera o mais novo cd da Sandy, deu nada, nada, nada. Trabalhava, colava blocos, levantava um edíficio de muitos andares. Lá de cima, eu resolvo tudo, pensou.<br /><br />Subiu.<br /><br />Pulou.<br /><br />Estraçalhou-se como um pacote.<br /><br />Morreu aos 46 anos de idade. Vítima de descaso social, acusado de incompetente, tachado de covarde. Deixou filho e mulher. Deixou, também, desilusões no edíficio que construia. O edíficil da Nestlé cujo alimentos nunca chegariam a boca dos filhos dele. Senão por esmolas vencidas e estragadas.<br /><br />A religião explicaria:<br />Carma, Pagando vidas passadas, Provação<br /><br />A Ciência acusaria:<br />Capitalismo, Neo-liberalismo, A mais cruel natureza humana, Mais Valia<br /><br />O ser humano, desnudo de instituições e peritos sociais, sabe:<br />Incerteza, ilógico, injusto, irracional.<br />Imcompreensível, imcompreensível.<br /><br />O conhecimento popular diz:<br />Coisa do destino, coisa do destino.<br /><br />E eu:<br />Só escrevo, conjecturo e suponho, proponho. Fecho os olhos. Depois, durmo.<br />Às vezes, finjo que esqueço. Às vezes, acredito cegamente que não sei. Mas desacredito, acordo, abro os olhos:<br /><br />- Alienar-se é uma maneira de viver.<br /><br />Mas Chico já está morto. Meu Deus, e agora? Que será do menino e da mulher sem a música do "já vou, eu volto, prepare a janta, eu te amo, você me ama?"? Que será, que será? Por favor, meu Deus, deixe em paz o coração daquela mulher, que já deve ser um pote cheio de mágoas.J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-38701419335425317682011-07-29T17:39:00.004-03:002011-07-29T17:56:16.988-03:00Do blog da Tami, Se eu fosseSe eu fosse...<br />Se eu fosse um mês, eu seria: Dezembro<br />Se eu fosse um dia da semana: Sexta-feira<br />Se eu fosse uma hora do dia: 5h<br />Se eu fosse um planeta ou astro: Saturno.<br />Se eu fosse uma direção: Lado.<br />Se eu fosse um líquido: Coca-cola<br />Se eu fosse um pecado: Preguiça<br />Se eu fosse uma fruta: Maçã<br />Se eu fosse uma flor: Margarida<br />Se eu fosse um clima: Temperado<br />Se eu fosse um instrumento musical: Violão<br />Se eu fosse um elemento: Fogo<br />Se eu fosse uma cor: Cinza<br />Se eu fosse um bicho: Beija-flor<br />Se eu fosse uma música: Construção (Chico Buarque)<br />Se eu fosse um sentimento: Nostalgia<br />Se eu fosse um livro: Dom Casmurro<br />Se eu fosse uma comida: Pãozinho de Queijo<br />Se eu fosse um lugar: Uma floresta<br />Se eu fosse um gosto: Agridoce<br />Se eu fosse um cheiro: De amêndoas amargas<br />Se eu fosse uma palavra: Silêncio<br />Se eu fosse um verbo: Tentar<br />Se eu fosse uma parte do corpo: Mãos.<br />Se eu fosse uma expressão facial: Um hesitar<br />Se eu fosse um filme: Harold and Maude<br />Se eu fosse um número: 7<br />Se eu fosse uma estação: Outono<br />Se eu fosse um poema: Mar Português (Fernando Pessoa)J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-26761813974416160722011-07-29T17:33:00.001-03:002011-07-29T17:36:23.011-03:00De um perfil de uma amiga do teatroTudo que eu queria dizer<br />Alguém disse antes de mim<br />Tudo que eu queria enxergar<br />Já foi visto por alguém<br /><br />Nada do que eu sei me diz quem eu sou<br />Nada do que eu sou de fato sou eu?<br /><br />Tudo que eu queria fazer<br />Alguém fez antes de mim<br />Tudo que eu queria inventar<br />Foi criado por alguém<br /><br />Nada do que eu sou me diz o que eu sei<br />Nada do que eu sei de fato é meu?<br /><br />Sempre que eu tento acabar<br />Já desisto antes do fim<br />Sempre que eu tento entender<br />Nada explica muito bem<br /><br />Sempre a explicação me diz o que eu sei:<br />"Sempre que eu sei, alguém me ensinou"<br /><br />Algo explodiu no infinito<br />Fez de migalhas<br />Um céu pontilhado em negrito<br />Um ponto meu mundo girou<br />Pra criar num minuto<br />Todas as coisas que são<br />Pra manter ou mudar<br /><br />Agora reinvento<br />E refaço a roda, fogo, vento<br />E retomo o dia, sono, beijo<br />E repenso o que já li<br />Redescubro um livro, som, silêncio<br />Foguete, beija-flor no céu,<br />Carrossel, da boca um dente<br />Estrela cadente<br /><br />Tudo que irá existir<br />Tem uma porção de mim<br />Tudo que parece ser eu<br />É um bocado de alguém<br /><br />Tudo que eu sei me diz do que sou<br />Tudo que eu sou também será seu<br /><br />(Móveis Coloniais de Acajú)J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-38593163131070480302011-07-06T22:00:00.003-03:002011-07-06T22:15:48.117-03:00Ensaio de um Falso Concretista<span style="font-style:italic;">Quem tem olho tem saber, eles disseram.<br />Você conhece o que você consegue enxergar? <br />Por que não inventaram um livro que seja lido pela pele?<br /></span><br /><br />As palavras permanecem pintadas,<br />muitas horas de preto,<br />outras, de cinza.<br />mas elas são tão vulneráveis a um copo com água,<br />a um espirro,<br />a uma lágrima.<br />As palavras permanecem pintadas,<br />muitas horas de preto,<br />outras, de cinza.<br />mas elas são tão vulneráveis a um copo com água,<br />a um espirro,<br />a uma lágrima.<br />As palavras permanecem pintadas,<br />muitas horas de preto,<br />outras, de cinza.<br />tão vulneráveis As palavras permanecem<br />de cinza<br />de preto<br />muitas horas de lágrima cinza.<br />vulneráveis As palavras <br />vulneráveis As palavras vulneráveis As palavras vulneráveis As palavras vulneráveis As palavras vulneráveis As palavras vulneráveis As palavras vulneráveis As palavras vulneráveis As palavras vulneráveis As palavras vulneráveis As palavras vulneráveis As palavras vulneráveis As palavras vulneráveis As palavras vulneráveis As palavras vulneráveis As palavras vulneráveis As palavras vulneráveis As palavras vulneráveis As palavras vulneráveis As palavras vulneráveis As palavras vulneráveis As palavras vulneráveis As palavras vulneráveis As palavras lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima QUE ESCORREM PELO ROSTO ultrapassam a folha e chega a capa a lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima QUE INFILTRA OS PAPÉIS E DESVENDA/DESVELA AS DORES DA ALMA láágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágriláágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágriláágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágriláágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima lágrima VENHA ME DOER VENHA ME DOARJ. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-77097091375150922192011-07-06T21:35:00.003-03:002011-07-06T21:58:27.196-03:00Not FoundOlá, quanto tempo... Olá. Faz um tempo que queria estar com você, sozinho, frente a frente. Falar de mim, falar de nós. Tentei te acessar tantas vezes, vezes que foram impossíveis; alguma transmissão, algum cabo, não sei bem, impossibilitava a comunicação do computador com o dominio do blog.<br /><br />Mas chega de desculpa! Chega de saudade! Estamos aqui. Mas é estranho. Na verdade, aconteceu tanta coisa durante este tempo. Resumir, resumir, sintetizar(é romântico aquele que quer lutar contra a influência da globalização que enaltece a sociedade da informação? Ahhh).<br /><br />Acho que o melhor é fragmentar mesmo; via "twitter"... que já não tenho.<br /><br />1- Comecei a ler o livro Bola de Sebos e Outros Contos<br />2- Terminei de ler o livro Corpo, Identidade e Erotismo<br />3- Estagiei no Ensino Médio<br />*Estou decepcionado com a Educação, talvez com minha incapacidade diante dos problemas dela. O Clichê por ser clichê não implica dizer que é falso. O problema está na base da base da base da base(e nunca haveria culpado. Haverá?). Gostei, amei estagiar. Mas só comecei a amar (de verdade, se existe amar de mentira [melhor, amar conscientemente] quando estava prestes a acabar.<br />Ensinei compartilhando Literatura, Redação e Português. Fiquei com medo quando tive de falar sobre a geração do mal-do-século. Eu coloquei questões vorazes na mente de adolescentes. Fiquei com medo de fazer apologias (principalmente, ao suicidio).<br />4- Fui convocado para exames pré-admissionais (vou trabalhar)<br /><br />Algumas coisas aconteceram durante cada intervalo de tempo. Comecei a perceber quem estava comigo desde o começo e quem se colocou depois da vitória. Fui aprendendo a me aceitar como sujeito fragmentado, múltiplo, contraditório... mas. É esse tal de "mas" que ainda me inquieta e me impulsiona aos livros de Filosofia.<br /><br />Tive algumas paixonites. Só de fantasiação mesmo, mas tive. E Tive que abrir mão de uma pesoa que gosto muito (uma quase-quase-quase grande amiga), distanciamo-nos. Ah... foi tanta coisa! Queria escrever melhor o que aconteceu comigo, mas parece que tenho enorme talento para escrever o que já aconteceu e o que virá a acontecer, não que queira. Talvez seja por ter começado a acreditar num Deus, também chamado Destino.J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-88530891551654840662011-05-05T09:05:00.002-03:002011-05-05T10:00:20.203-03:00As Cobras do TempoO "tsi" das cobras...<br />o chocalho delas.<br /><br />A ampulheta virada,<br />o pêndulo balançando...<br /><br />a proximidade estreitada,<br />o vento para o som chegar até mim...<br /><br />O tsi das cobras...<br />o chocalho delas...<br /><br />A ampulheta desvirada,<br />o pêndulo parado...<br /><br />sem proximidade,<br />frente a frente, <br />não no mesmo espaço,<br />o fiapo do instante.<br /><br />E o bote,<br />o ato sufocante,<br />as palavras perdidas,<br />a respiração paralisando-se,<br />o relógio sumindo,<br />a ampulheta sumindo,<br />a razão, eu, tudo<br />empretecendo...<br /><br />(Na esteira rolante, estava)J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-41456364928351386322011-04-26T09:26:00.009-03:002011-04-26T10:22:46.461-03:00O Encontro MarcadoEm certo tempo, em certa época da minha vida, vivenciei uma história conturbada, inquietante. Estive diante das coisas aprendidas por mim, a aprendizagem (àquilo que dizem para nos prender), estive preso nas minhas considerações sobre a vida e as outras vidas que com ela se relacionam. Estava diante de um impasse, razão e não-razão, olhei que a não-razão era guiada por uma razão irracional, irrefletida, cega. Estive diante de uma amizade afetiva, não creiam que estou sendo redundante, uso da ênfase, do destaque, basta! Acredito que me entendam, os leitores, que por aqui já passa.<br /><br />A vontade foi maior. Obtive o que desejava. Tudo rápido. Muitas lacunas ficaram depois do. <br /><br />Recentemente, nós mudamos, A minha vida e a outra vida que com ela se relacionava. Nós alteramos muitas coisas, a "academia e o teatro", cada um no seu espaço, nos moldou, formou... a faculdade, a experiência e o estudo.<br /><br />Nos encontramos... Mas antes disso, me encontrei, no pavilhão de Geografia, ensimesmado, retraído, por isso ébrio de conflitos. Sabia que seria o que não serei nem sou. Surgiu uma amiga de olhos verdes, aproximou-se sem eu solicitar verbalmente... Implorei pelos olhos e pela boca que me falasse algo sobre decisão.<br /><br />- Eu oro, peço orientação a Deus. Geralmente, escuto meus pais... Mas isso vai te engrandecer como ser?... Isso é necessário?... É tão urgente assim?<br /><br />Sim, sim...era para aquela mesma noite. Ela foi conversando e eu fui percebendo o quanto somos frágeis e repletos de desejos reprimidos, ao passo que percebia o quanto nós temos de forças para lutar contra aquilo que nos faz mal e ao mesmo tempo nos seduz, vide a maçã e a cobra. Olhar os olhos dela me fazia dizer sim a uma decisão que já estava tomada, só não encaixava-se numa lógica. Escutar suas palavras, me fazia dizer não. <br /><br />Tudo já estava marcado... e eu queria tanto, mas sentia que no fundo queria não querer... então, ignorei toda a minha civilidade. Antes de está no pavilhão de Geografia, estava no pavilhão de Letras lendo um conto do Murilo Rubião, intitulado Os Dragões. Analisando, discutindo o conto com duas meninas fantásticas.<br /><br />Eu não sou um Dragão, apesar de tê-lo dentro de mim e apesar de nunca ter lido o best seller da contemporaneidade; não sei se quero aprender a domá-lo, dominá-lo, desculturalizá-lo, melhor: aculturalizá-lo.<br /><br />Criei asas, quase virei galinha. Mas fui de Dragão, vestido de vontade, desejo. De fato, só aprendemos a acertar depois de termos errado. O "erro" é algo certo quando escrito e dito da forma correta; ero, sem dois erres é Eros sem um "s". Pare aqui e reflita um pouco, se puder. De fato, não obstante, ler nos faz conhecer o erro e saber ponderar os radicalismos que vida sugestiona e apronta para cada um de nós. Sei bem, a vida tem pedras e ovos no caminho.<br /><br />Sobre o encontro?<br /><br />Luzes. Irrealidade. Maçã. Cobra. Paraíso. Rumor.<br /><br />A história, enfim, foi feita, digo, preenchida. Não mais haverá conturbação no passado. Colocamos as vírgulas, as pausas necessárias para o melhor entendimento de tudo que foi e estava sendo.<br /><br />Disseram:<br /><br />- O que você vai fazer da vida, agora? <br /><br />Disse:<br /><br />- O que estou fazendo. O que continuo fazendo.<br /><br />Disseram:<br /><br />- Fechamos o ciclo.<br /><br />Pensei:<br /><br />- ...J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-76270074223748410712011-04-23T14:16:00.006-03:002011-04-26T09:56:51.418-03:00Escolher as EscolhasEscolher, colher, calhar, colher... estou estudando poesia concreta para uma análise surpresa de alguma produção textual de Décio Pignatari, e a verdade é que isso de poesia concreta é muito bom com o muito ruim que ela tem.<br /><br />Nas pesquisas realizadas, já descobri que não foi uma invenção brasileira, apesar do destaque incomensurável da sua repercussão "pelas terras tupiniquim". Os maiores nomes, isto é, os fundadores dessa vanguarda(grupo de pessoas que estão à frente de movimentos progressistas, o contrário de vanguardista é reacionário, aqueles que querem recuperar, investir, vestir-se de passado) são: os irmãos Campos (Haroldo e Augusto) e Décio Pignatari ao terem lançado a revista Noigrandes (uma palavra retirada de um livro de autor britânico que significa NADA, não nada, nada, não significa nada, é um vazio, que não significa necessariamente vazio), em 1952.<br /><br />"O poema concreto comunica a própria estrutura: estrutura conteúdo. O poema concreto é um objeto por e em sim mesmo, não um intérprete de objetos exteriores e/ou sensações mais ou menos subjetivas. (...) seu material: a palavra (som, forma visual, carga semântica)". <br /><span style="font-style:italic;">Fonte: </span><span style="font-style:italic;">http://www.poesiaconcreta.com.br/</span><br /><br />Os concretistas prezam pela racionalidade, objetivando visões. A palavra agora é algo verbivocovisual (palavra retirada do livro do Guimarães Rosa norte-americano, o James Joyce), abrange a palavra como ação, por isso "verbi", a palavra como som, por isso "voco", a palavra como símbolo, desenho, estrutura, por isso "visual". A graça do concretismo é o realce dado as palavras, que deixam de ser traços dispostos em linha reta e assumem uma figuração, um desenho, um sentido além dela mesma. Há a relação de estrutura e conteúdo, algo totalmente necessário na nossa sociedade cada vez mais detentora e inquisidora de dicotomias. <br /><br />Viva as escolhas, dentro do cabível. Mas é inconcebível dizer que a racionalidade e a objetividade sobrepõem-se à subjetividade, visto que arte é subjetividade. Aqui estaria eu querendo abrir o mar vermelho em duas partes, vítima virulenta da doença "dicotominante" da sociedade.<br /><br />Desconstruir é uma das palavra de ordem. Por isso as letras se perdem e se agarram às margens, brincam de ser rodapé e cabeçalho. Daí a razão de ter escrito colher, calhar, escolher. <br /><br />Estou em dúvida...duo, vida, <br />vi da vida... E a duovida só existe devido a mais de uma opção, a indecisão é isso, que muitas vezes é composta de dois caminhos: sim ou não, é impossível o sim e não. É sim ou não, OU é a onomatopeia do bom velhinho do natal, nos traz presentes ao ritmo do seu riso/gargalhada rOU, rOU, rOU. Como se estivesse querendo dizer que roerá o máximo a nossa vida interior, a nossa existência por meio da dúvida. <br /><br />Mas me descobrindo, me descobrindo mesmo, estou aprendendo a saber quem sou por meio do que faço, opto, escolho. Como se estivesse colhendo as minhas escolhas desde criança, mapeando os meus desejos, investigando o meu inconsciente à luz da consciência de agora, que pode me induzir ao erro.<br /><br />Mas me descobrindo, me descobrindo mesmo,percebo que não nasci para sim ou não, não sou filho do OU, ainda que tenha de conviver com ele. Sou filho do e, meu signo é Áries e meu elemento é fogo. O fogo não é um ponto de decisão; o fogo é um "e" que se alastra e vai sendo faísca, fogo, fogaréu, fornalha interior.<br /><br />Entre o sim e o não, <br />um anjo torto, quando nasci,<br />disse: vai, abre os matos, junta os caminhos, inventa atalhos!<br />Um anjo torto, quando nasci,<br />disse: vai, tu serás escritor e é preciso conhecer as travessias da vida.<br /><br />Então, meu anjo abandonado, quero ter a certeza de ser filho do "e", amigo do sim e do não. Não quero papo com o mais ou menos, não quero ser radical... isso tudo, posso resumir, anjo meu, em: e... essa letra tão estranha... que liga e contradiz... a letra "e" manuscrita é mais linda ainda. Um laço, um laço fácil de ser desenlaçado.<br /><br />Na dúvida,<br />pense, repense, pondere, tenha consciência do depois, consciência das causas.<br />Nós podemos fazer a mesma merda em outro tempo, pense nisso se o impacto for maior agora.<br /><br />Na dúvida,<br />ande pelas beiradas... só não ignore, o vício de ignorar tornar-nos ignorantes. <br /><br />A dúvida e a certeza quando não separadas em duas palavras assume qual sonoridade, qual forma, qual ação?J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-38563579295136175852011-04-20T16:00:00.002-03:002011-04-20T16:14:45.143-03:00O Maravilhoso Homem das Cavernas1- Sabia ler mais que as crianças.<br />2- Sentia mais que Drummond.<br />3- Pensava menos que Alberto Caeiro.<br />4- Respeitava a natureza antes de existir o Greenpeace.<br />5- Era expressionista, simbolista, romancista, surrealista, dadaísta e<br /><br />O Homem das Cavernas tinha músculos bem desenvolvidos, tinha pegada, garras...<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />ILUSTRAÇÃO NO GOOGLE<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Ele sabia correr, sabia caçar e sabia olhar com todos os sentidos. Olhar com tato, com ouvido, com paladar, com intuição, com audição, com as mãos e com os pés. Repetia vários passos sempre admirado e quando arriscava-se, AR-RIS-CA-VA-SE ao erro, ao medo, ao precipicio. Fantástico ser de tempos memoriais, AnteNeolítico... O Sertão, desde já, estava em toda parte.<br /><br />A razão, solução de todos os males, indicada por filósofos, contra-indicada em casos de amor, nos fez mal. Os homens de pés no chão caminham calçados de heart, heartless são. O Homem das Cavernas protegiam seus lares chamados cavernas, hoje, os homens são homens dos escritórios... Vários homens existem, tudo que disse foi sobre a maioria deles... Parece que a Pré-história é um prelúdio, e eu devo estar ficando ensandecido.J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-55118308824043954932011-04-14T09:05:00.003-03:002011-04-14T09:06:56.052-03:00Há ArteQuanto mais adepta da loucura moderna (concepção ultrajada e de embuste) mais original e plástica.<br /><br />A Arte anda doente, anda? Arrasta-se. Toda loucura deve ser trabalhada, alguém já leu algo sobre o fluxo de consciência?<br /><br />:]J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-46115129970624461152011-04-11T09:55:00.001-03:002011-04-11T09:55:39.751-03:00Mulheres e MachadosNão sei se começarei a escrever um texto poético, uma poesia vestida de prosa, sei que começar pelo não sei trespassa um ponto de constante tensão, a mulher, as Evas de Clarice.<br /><br />Que situação essa da mulher mesmo, Claudete! E quanto tempo estive alienado, e por quantas vezes precisarei viver epifanias do tipo para enxergar a realidade. Só que a realidade é tão convulsiva e tempestuosa, tão densa e tão perigosa. Será que as tais das cotas não deveriam existir para as mulheres?!<br /><br />Mas eu acho (e o verbo é esse mesmo) que as mulheres não colocam no lugar de seres, e sim no lugar de estares, condicionadas por elas mesmas e sempre que um grito ousar clamar liberdade e testemunho febril da existência, milhares de outros gritarão cantando a maravilha de ser um "objeto" vazio, escuro.J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-45196891579993158662011-03-25T11:03:00.005-03:002011-03-25T11:23:34.436-03:00Não Seja Tímido (Don't Be Shy)...<br /><br />Não seja tímido, apenas deixe seus sentimentos rolarem<br />Não se vista de medo ou ninguém vai saber que você está aí<br />Apenas erga sua cabeça e deixe seus sentimentos saírem ao invés disso<br />E não seja tímido, apenas deixe seus sentimentos rolarem, rolarem<br /><br />Você sabe que o amor é melhor que uma música<br />O amor é onde todos nós pertencemos<br />Então não seja tímido, apenas deixe seus sentimentos rolarem<br />Não se vista de medo ou ninguém vai saber que você está aí<br />Está aí<br /><br />Não seja tímido, apenas deixe seus sentimentos rolarem<br />Não se vista de medo ou ninguém vai saber que você está aí<br />Apenas erga sua cabeça e deixe seus sentimentos rolarem ao invés disso<br />E não seja tímido, apensa deixe seus sentimentos rolarem<br /><br /><br /><br />(Tradução da música de <span style="font-weight:bold;">Cat Steven</span><br />parte da trilha sonora do filme "Ensina-me a Viver", <span style="font-style:italic;">Harold and Maude</span>,1971)J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-82087041796970963922011-03-07T10:33:00.011-03:002011-03-08T09:48:51.133-03:00.Quanto ao Futuro.Sim, tinha certeza do que estava fazendo ao matricular-me na disciplina de Literatura Brasileira IV, EU QUIS ADIANTAR DISCIPLINA. Estou matriculado em Literatura Brasileira I e Literatura Brasileira IV. O fim e o começo. Sabia que tinha um encontro marcado com Clarice Lispector, não imaginava que ela seria tão gentil em me aparecer da forma gomo gostaria que ela fosse: rápida, dinâmica, sensível e cruel. Ela veio vestida de "Rodrigo S.M.". <br /><br />A Hora da Estrela é um livro que não poderia deixar de ler, voltaria das profundezas da terra dos mortos (dito cemitério) para folhear as páginas por intermédio de Brás Cubas, aliás eis aí um espírito recorrente na leitura da história de Macabéa. O Narrador é caústico e consegue ser o que ele não queria que aparentasse ser, piegas, como toda escritora feminina, ironia crítica de Clarice aos que a definem do tipo.<br /><br />Mas ela (a dona do livro) estava lá. Como não notar aquelas frases não concluídas, aqueles paradoxos tão enigmáticos, aquele obscurantismo sensual da palavra além de si? Como não notar a sorrateira intimidade que nos envolve com tão instiganete linguagem, ainda que pretendida ser simples.<br /><br />E quanto aos fatos? Os fatos são duros tal qual pedras. E quanto as pedras? As pedras são feitas do que quer o poeta. Drummond canta a do caminho, Daví atira em Golias, o homem descobre a roda, o escultor modela o homem. Rodrigo que fizeste com a pedra senão atirar contra o teu e nossos próprios egos?<br /><br />Lendo a história de Macabéa e tomando notas dos pensamentos percebidos por Rodrigo, lembrei de uma amiga. Uma amiga que não me ler por aqui, até onde sei, me ler pessoalmente, olho no olho, lábios alinhados e pensamentos transparentes, só não sei se ela pode dizer ser eu amigo dela. Macabéa parece com você que não me ler por aqui (plim, plim). Você que se alimenta mal, gosta de refrigerante e diz não saber de nada a um raio de mil metros a sua volta.<br /><br />Eu, tal como Rodrigo S. M. por Macabéa, amo minha amiga. Cuidaria dela com todo amor e cuidado, mas prefiro deixá-la distante ao cuidado do meu olhar. De fato, somos distantes. <br /><br />Se vós continuais a me ler, sabeis: o desfecho da festa é a morte, a hora da menina feia ser Marylin Monroe. <br /><br />Senhor, quantas meninas não sofrem complexadas por não terem o brilho das meninas aprisionadas na tela de uma caixa mágica? Minha mãe deve ter sofrido muito com minha bisavó. Presa, limpando chão, perdendo a sua infância e sua adolescência para agora, aos quarenta e poucos anos, sorrir o sorriso que perdeu no balde de cera e água. Céus! Que mundo injusto! Sejamos recompensados por tanta tristeza e infelicidade.<br /><br />Deus, devemos ter piedade de ti?!<br /><br />Por quanto tempo estaremos em tempo de Morangos?! Para mim, que mal sei o que é tempo de Morangos, se sei bem, fingirei sonsidão. <br /><br />Por quanto tempo ficarei com olhos anuviados de egocentrismo?! Deus! Enquanto reclamo da mosca que caiu em minha sopa, um outro agradece ao vento por ter um pão pisado pelos pés de pessoas tão apressadas na grande metrópole! Deus. Mal sabia eu que a descarga do banheiro é um luxo, que a água encanada é uma dádiva!<br /><br />Merecemos mais, e mais, e mais. Todos merecemos, as cotas dos negros é insuficiente ao passado. Eu também o sou.<br /><br />José Saramago diz que quanto mais palavras conhecemos, mais podemos expressar com vivacidade o que sentimos.<br /><br />Sentir nada.Pensar nada. Viver nada. Saudade do futuro. Saudade de ter futuro. E quando se tem, se tem uma Mercedes Benz em sua direção. Eo futuro? Quanto ao futuro?<br /><br />Abre teus olhos, reestabeleça a vida interior.<br /><br />Diga-me que abrirá os teus olhos.<br />Diga-me que abrirá os teus olhos.<br />Diga-me que abrirá os teus olhos.<br /><br />“Rezem por ela e que<br />todos interrompam o que estão fazendo para soprar-lhe vida, pois<br />Macabéa está por enquanto solta no acaso como a porta balançando<br />ao vento no infinito. Eu poderia resolver pelo caminho mais fácil,<br />matar a menina-infante, mas quero o pior: a vida. Os que me lerem,<br />assim, levem um soco no estômago para ver se é bom. A vida é um<br />soco no estômago.”<br /><span style="font-style:italic;">A Hora da Estrela, Clarice Lispector</span><br /><br />Sim, eu admito de cabeça baixa e com olhar de homem que soluça, eu já escrevi coisas que Clarice já escreveu. Eu não a conhecia. Nossos pensamentos se parecem, e eu não gosto muito de saber disso. Porque talvez eu nunca goste da intimidade que ela propõe, <br /><br />Sim.J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-40587577034046995982011-03-01T17:00:00.001-03:002011-03-01T17:02:36.655-03:00Palavras Andantes ou Esboço do InútilAmor, Tempo, Respeito, Espiritualidade, Fé, Vontade, Busca, Ordem, Progresso, Maconha, Intriga, Desgraça<br />Reunião, História, Nascimento, Revolução,<br />Arte, Liberdade, Reconstituição, Prazer, Desejo<br />Sadismo, Concordância, Cópia, Felicidade<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Mentiras.J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-48810275296154335452011-02-10T12:39:00.003-03:002011-02-10T12:58:53.470-03:00DesencontroEstava eu,<br />estava lá.<br />Calado, triste,<br />sem dizer,<br />sem saber,<br />sem querer,<br />mas estava lá,<br />estava lá.<br />Eu estava,<br />eu era.<br />Quem fosse<br />embora eu estivesse<br />fosse o que fosse<br />eu<br />pra sempre<br />te amaria,<br />eu te amei,<br />estava claro,<br />estava certo,<br />estava perto,<br />tão perto<br />que não dava para enxergar,<br />enxergar o contorno,<br />as bordas tecidas de<br />dor, <br />lágrimas.<br />Eu estava<br />PERTO<br />Eu estava<br />CERTO<br />Eu estava lá.<br />E você<br />chegava,<br />enquanto eu<br />conquanto eu<br />ainda que eu<br />assim que eu<br />partia.<br />Sorria,<br />nós não morremos,<br />está tudo atado,<br />o desencontro é o sal.<br />E você<br />chegava,<br />enquanto eu<br />conquanto eu<br />ainda que eu<br />assim que eu<br />partia.J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-52552875558092414692011-02-10T10:44:00.003-03:002011-02-10T11:23:17.418-03:00Desmebramento de Si- Não sei se é certo: Ele é estranho.<br /><br />-Estranho não é bem o termo que facilita o entendimento da figura. Diêgo é extremamente um monte de coisa e cada vez que ele aparenta ser um monte de coisa, ele muda.<br /><br />-Muda mesmo. É contraditório.<br /><br />- O quê?<br /><br />- Ele. Diz que gosta de pessoas simples, e é tão complexo. Seria melhor dizer: complexado?<br /><br />- Não sei.Se eu pudesse ajudá-lo. Sei-lá, ele parece ser indefeso. Você já reparou os olhos dele?<br /><br />- Que é? Vai dizer que são olhos de cigana...<br /><br />- Não. É como uma pintura de Van Gogh: são dois girassóis naquela face carrancuda, dois girassóis perdidos e desvalorizados pela alma dele, que suspira dentro de um corpo quase sem tato.<br /><br />- Olhando bem, você tem razão. Dois girassóis perdidos, à deriva de um olhar deslocado em relação à alma. Por que será que ele perdeu a graça de viver com/para/pelos outros?<br /><br />- Ele não perdeu a graça de viver... ele esconde. E por qual motivo ele faz isso? Frustração, talvez, quem sabe o que vem depois da fase da carência. Um problema de ordem sexual, por isso psicológica. O que importa é que todos nós sabemos a razão de nossos problemas, principalmente ele.<br /><br />- Aquele ar de introspectivo...<br /><br />- É dele.<br /><br />- Aquele ar de individualismo...<br /><br />-É dele.<br /><br />- Aquele ar de amante inconfessável...<br /><br />- Também. Ele é muito mais do que aparenta ser, e pensa que é muito menos. Eu acho que ele ainda não decifrou a essência de Shakespeare para entender-se.<br /><br />- Quer saber?<br /><br />- O quê?<br /><br />Olharam-se e entrelaçaram os braços, transformando-se, ambos, em suspiros de uma noite de verão.J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-60864036119289810162011-02-07T15:41:00.003-03:002011-02-07T15:55:36.168-03:00A Mulher no QuartoE no último minuto da vida dela, pensou que estaria no fim, mas ninguém está no fim, ninguém vive o fim, não há fim, nunca existiu. As coisas apenas param de funcionar por esquecermos dela ou não termos mais o prazer de tê-las, descobriu. <br /><br />Foi tudo tão de repente que de repente mesmo ela começou a escutar vozes, de repente mesmo, ela começou a dançar sobre a cama com o travesseiro. Flutuava.<br /><br />- Nunca acreditei em espiritismo, nunca!<br /><br />Não era espiritismo. Era tudo tão louco e tão novo, eis mais uma descoberta: As novidades que as loucuras trazem, bem como o inverso do reverso invertido. <br /><br />As palavras perdiam a lógica. O significante exercia independência das formas.<br /><br />Ela correu, correu, correu atrás de oxigênio. Forçou uma relação de mutualismo com a Margarida do jardim. Já não dava mais. O mundo cansou dela, ela não sabia respirar como o mundo precisa de gente que o inspire.<br /><br />O mundo estava ainda no começo de uma prolongada chacina.J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-10565481465632768512011-01-28T10:51:00.000-03:002011-01-28T10:53:11.302-03:00Oco?Ratos.<br />Cobras.<br />Baratas.<br />Mosquitos.<br />Moscas.<br />Sapos.<br />Nós.J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7250112852141104355.post-2074657020160642502011-01-24T19:41:00.000-03:002011-01-24T19:42:10.997-03:00Crisálida<span style="font-style:italic;">À incondicional amiga Tamires</span><br /><br />A estrada perturba,<br />a saudade perturba,<br />o relógio perturba,<br />a ausência perturba.<br /><br />Ah!<br />Quero Você aqui,<br />quero Você aqui!<br />Só com Você é possível.<br />Só com Você, eu consigo.<br /><br />A saudade é forte,<br />o relógio pode me acabar<br />e a ausência é todo esse poema que tenta imitar Tua presença.<br />Eu estou na estrada sem segurar nas Tuas mãos. <br /><br />Ah!<br />Quero Você aqui,<br />quero Você aqui!<br />Só com Você é possível.<br />Só com Você, eu consigo.<br /><br />E canto, por isso cato, assim, à medida que canto em todos os canteiros de toda a casa<br />enquanto eu não puder ser e estar Contigo.J. Diêgo S. Gomeshttp://www.blogger.com/profile/14556022875653555516noreply@blogger.com1