domingo, novembro 7

Densidade

0
Isto não saber de nada.
De nada, por nada.
Se soube,
estava errado.
A morte mesmo não sabe de nada,
não sabe sequer a hora de chegar.
Ela só vem.

Não sei se vale a pena perguntar,
encher de interrogações as páginas de um livro.
Não sei se vale a pena calar
e escrever sobre o silêncio
dizendo o que ele é.
Ele só vem.

O niilismo tem me atormentado,
minha visão tem ficado escassa,
as coisas tem ganhado mais intensidade
e o céu,
o céu que amo e sempre amei,
o céu tem ameaçado me esmagar
a começar pela cabeça.

Em tudo,
se sei
é que não sei.
A realidade me apavora.
Eu agiganto-me,
e o casulo é cada vez pequeno.
A realidade é de diamante
tal qual o casulo.

Mas ainda assim,
ainda contudo,
ainda não obstante,
ainda apesar de,
ainda assim,
eu vivo,
pressuposto de todo o nada.

Obrigado por existir
por nada.

quarta-feira, novembro 3

Paciência, Música do Lenine

1
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para

Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara

Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência

Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (Tão rara)


http://www.vagalume.com.br/lenine/paciencia.html#ixzz14EU7rgh5