domingo, novembro 7

Densidade

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Isto não saber de nada.
De nada, por nada.
Se soube,
estava errado.
A morte mesmo não sabe de nada,
não sabe sequer a hora de chegar.
Ela só vem.

Não sei se vale a pena perguntar,
encher de interrogações as páginas de um livro.
Não sei se vale a pena calar
e escrever sobre o silêncio
dizendo o que ele é.
Ele só vem.

O niilismo tem me atormentado,
minha visão tem ficado escassa,
as coisas tem ganhado mais intensidade
e o céu,
o céu que amo e sempre amei,
o céu tem ameaçado me esmagar
a começar pela cabeça.

Em tudo,
se sei
é que não sei.
A realidade me apavora.
Eu agiganto-me,
e o casulo é cada vez pequeno.
A realidade é de diamante
tal qual o casulo.

Mas ainda assim,
ainda contudo,
ainda não obstante,
ainda apesar de,
ainda assim,
eu vivo,
pressuposto de todo o nada.

Obrigado por existir
por nada.

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