Em certo tempo, em certa época da minha vida, vivenciei uma história conturbada, inquietante. Estive diante das coisas aprendidas por mim, a aprendizagem (àquilo que dizem para nos prender), estive preso nas minhas considerações sobre a vida e as outras vidas que com ela se relacionam. Estava diante de um impasse, razão e não-razão, olhei que a não-razão era guiada por uma razão irracional, irrefletida, cega. Estive diante de uma amizade afetiva, não creiam que estou sendo redundante, uso da ênfase, do destaque, basta! Acredito que me entendam, os leitores, que por aqui já passa.
A vontade foi maior. Obtive o que desejava. Tudo rápido. Muitas lacunas ficaram depois do.
Recentemente, nós mudamos, A minha vida e a outra vida que com ela se relacionava. Nós alteramos muitas coisas, a "academia e o teatro", cada um no seu espaço, nos moldou, formou... a faculdade, a experiência e o estudo.
Nos encontramos... Mas antes disso, me encontrei, no pavilhão de Geografia, ensimesmado, retraído, por isso ébrio de conflitos. Sabia que seria o que não serei nem sou. Surgiu uma amiga de olhos verdes, aproximou-se sem eu solicitar verbalmente... Implorei pelos olhos e pela boca que me falasse algo sobre decisão.
- Eu oro, peço orientação a Deus. Geralmente, escuto meus pais... Mas isso vai te engrandecer como ser?... Isso é necessário?... É tão urgente assim?
Sim, sim...era para aquela mesma noite. Ela foi conversando e eu fui percebendo o quanto somos frágeis e repletos de desejos reprimidos, ao passo que percebia o quanto nós temos de forças para lutar contra aquilo que nos faz mal e ao mesmo tempo nos seduz, vide a maçã e a cobra. Olhar os olhos dela me fazia dizer sim a uma decisão que já estava tomada, só não encaixava-se numa lógica. Escutar suas palavras, me fazia dizer não.
Tudo já estava marcado... e eu queria tanto, mas sentia que no fundo queria não querer... então, ignorei toda a minha civilidade. Antes de está no pavilhão de Geografia, estava no pavilhão de Letras lendo um conto do Murilo Rubião, intitulado Os Dragões. Analisando, discutindo o conto com duas meninas fantásticas.
Eu não sou um Dragão, apesar de tê-lo dentro de mim e apesar de nunca ter lido o best seller da contemporaneidade; não sei se quero aprender a domá-lo, dominá-lo, desculturalizá-lo, melhor: aculturalizá-lo.
Criei asas, quase virei galinha. Mas fui de Dragão, vestido de vontade, desejo. De fato, só aprendemos a acertar depois de termos errado. O "erro" é algo certo quando escrito e dito da forma correta; ero, sem dois erres é Eros sem um "s". Pare aqui e reflita um pouco, se puder. De fato, não obstante, ler nos faz conhecer o erro e saber ponderar os radicalismos que vida sugestiona e apronta para cada um de nós. Sei bem, a vida tem pedras e ovos no caminho.
Sobre o encontro?
Luzes. Irrealidade. Maçã. Cobra. Paraíso. Rumor.
A história, enfim, foi feita, digo, preenchida. Não mais haverá conturbação no passado. Colocamos as vírgulas, as pausas necessárias para o melhor entendimento de tudo que foi e estava sendo.
Disseram:
- O que você vai fazer da vida, agora?
Disse:
- O que estou fazendo. O que continuo fazendo.
Disseram:
- Fechamos o ciclo.
Pensei:
- ...
terça-feira, abril 26
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1 Response to O Encontro Marcado
Fechar o ciclo as vezes é tão importante, né Dii?
Adorei a texto. Meu Dragãozinho. hehe
Beijos e luz!
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