domingo, julho 18

Aquele Olhar de Brisa

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(Monte as peças, acerte o jogo, decifra-me ou devoro-te!)

Hipnotiza, concorda? O olhar, aquele olhar machadiano e se não for do estirpe, mais elevado será. Eu digo mesmo qualquer coisa por aqui, como se estivesse alado nesse espaço irreal(Realidade, que seria?).

Sem o menor relacionamento para elogios e críticas, sobrevivem os críticos que criticam qualquer coisa independentemente do nível afetivo, social, econômico das coisas criticadas. Não, não me coloco no papel de um crítico bonzinho ou mordaz; isso é só um argumento para caso o alvo do texto venha a ler.

O olhar de brisa é terrível, porque você pensa que é uma brisa qualquer, e não é, acredite. Vem um vento quente e depois a inflamação contagia o espírito (dos sensíveis a olhares) e há a invasão, sem pedir licença e sem pagar pedágio, de todos os seus sentidos. Pelo menos é assim comigo. E é bom está de longe quando se observa; consigo imaginar, fomentar, fermentar as coisas.

Eu vou treinar muito para fazer um olhar com brisa. No teatro, num espetáculo... um olhar desses... no cinema, nas novelas... um olhar desses... descontruiria qualquer base filosófica. Mas, um olhar desses é fácil de perder nos olhares de homens malditos ou mulheres malditas que não reconhecem a preciosidade do brilho daquele olhar.

E tem olhar pra tudo, já notou? Olhar pra dizer não, dizer sim. Olhar pra mentir, pra falar a verdade. Brisa tem um estorvo no olhar, uma calmaria e uma intensidade que faz qualquer um levantar da cadeira (ou permanecer sentado e aflito por não ter postura). Feito olhar para o mar calmo e repentinamente sentir um maremoto. E lógico, tudo naquele rosto dá ensejo e moldura as amêndoas, a tão dita "Janela da Alma", pobre chavão, redutibilidade infame.

É muito díficil encontrar um olhar com brisa, principalmente para mim. Vale, definitivamente, vale a fugacidade de instantes; vale para prostrar-se diante das reminiscências...

MODE OFF: Se o ato de ignorar-me não existisse, eu não escreveria tudo isso. Penso ser minúsculo, desprezível e reles refletido numa partícula de suas pupilas, um espaço tão pequeno cujo retorno é quase a não-existência. Um dia eu te dedico uma personagem, e você nunca saiba disso. Sei-lá, depende muito da "aleatoriedade" das nossas escolhas.

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