segunda-feira, janeiro 18

Pedro Felipe

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Quem já conheceu uma pessoa tranquila e outra nervosa, conhece sem conhecer esse garoto. Quem conhece uma pessoa romântica e outra mais romântica ainda, conhece sem conhecer esse garoto.
Pedro Felipe cresceu sabendo que era adotado, se desenvolveu amado por todos, com primos que tinham inveja dele. Tudo poderia ser muito fácil, pois era de uma família rica; mesmo sendo rico jamais humilhou alguém, deixando muitas meninas encantadas por ele.
Já na faculdade de letras, abriu mão de tudo, ele amava uma menina que não o amava. Decidiu estudar teologia, seria padre. Nada no mundo o faria mudar de idéia, estava certo de viver para si mesmo. Logo, logo se formou, passou anos estudando, antes de se formar. No decorrer do curso de teologia se viu apaixoado, nutrindo uma paixão proibida por um estudante. Nada passou de uma bonita amizade.
Se fez padre.
Depois de muitos anos, já com seus septingésimos e tantos aniversários de dores de coluna,recebeu uma visita não tão esperada, mas esquecida. Padre Pedro foi escutar uma confissão. De fato, era a menina de outrora do tempo pueril.
Ela revelou do arrependimento, sofrimento e angústia do pobre rapaz da infância e juventude, dizendo ainda que apanhava do marido e isso era bom para ela, assim poderia punir todas as conivências sociais de que foi vítima e ainda não deixa de ser. Falou que queria voltar no tempo, refazer o desfeito, desfazer o feito. Partiu em direção ao carro muito luxuoso, parecia se dirigir a uma carroça com destino ao calvário.
Pedro pensou em chamá-la, mas o Padre Pedro não chamou. Ela estava dentro do carro, tarde demais, pensou.
Quando ela teve de voltar no dia seguinte para recolher a bolsa esquecida, ela olhou os longos cabelos lisos de Pedro e a parte branca de sua nuca com um sutilmente furo no meio da cabeleira. Ela chorou, ele fingiu. Ela implorou, ele sorriu. Ela tentou, ele desistiu. Marília procurou um jeito de pular naqueles braços magros, ele não foi simpático ao sentir o preparamento dela.
Depois desse dia Pedro Felipe transformou-se no que era.
Passaram meses.
Marilia retornou a igreja para tentar encontrar Padre Pedro. Ele se matou, disse o substituto jovem Padre Felipe. Deixou uma carta a uma mulher chamada Marília, retomou o substituto.
Na carta Pedro Felipe que se entregou às águas do mar; pediu-lhe que o esperasse, pois se Deus permitisse, na beira do mar. Marília foi e lá ficou por dias e noites até uma tempestade encaminhar um raio o qual a atingiu fulminante. Lá morreu com fome, sede e amor.

1 Response to Pedro Felipe

Anônimo
18 de janeiro de 2010 às 11:44

Testando!!!
Ass: J.D.S.G