[Informe: esclarecerei mais o texto, em breve]
E se eu mudar de idéia, lerei essa postagem e terei a certeza do meu querer.
Na faculdade, hoje, minha colega disse:
- Meu Deus! Eu acho que estou surda. Não consigo escutar o que as pessoas me falam perto de mim.
Ela tinha perguntado o dia de hoje, meu colega a uns dois metros disse que era quarta-feira, de nada adiantou. Perguntou mais alto:
-Que dia é hoje?
Eu respondi:
-Ele tá dizendo.
Daí a conclusão, uma conclusão espontânea, mas de uma poeticidade!!!
"Não consigo escutar o que as pessoas me falam perto de mim".
Queria escrever um monte de coisa por aqui: de como me sinto, me vejo, me observo, me trago, me levo, me deito. Falar sobre a possibilidade simples, tão simples de ser feliz. Considerar os traços de cada um e enxergar a vida e as pessoas com o olhar de Deus. Olhar de Deus, isso não seria presunção, seria Revelação. Eu me sinto como que diante de uma Nebulosa, mesmo pequeno me sinto grande e sorridente.
Apenas um motivo me deixa submerso: o rompimento de uma amizade sinuosa, turva, intensa. E a intensidade toda minha, hoje, se fez destruidora e cruel. Daí carrego uma outra grande certeza: Sou um homem de poucos amigos e amigas, e acabo de perder (para o meu bem, talvez) a maior amizade que tive até hoje. Uma flor do meu jardim teve de ser retirada, eu quase choro, mas sou forte tanto quanto a raiz dessa flor que pouco sentiu ao ser arrancada. Eu lamento, eu tentei, eu busquei, eu até sonhei.
Estranho é ser primavera e eu ficar debruçado sobre as flores que pediram silenciosamente para partirem para outros jardins. A vida é deveras feita de escolhas, não há fato tão certo quanto esse. "Tá, mas você não é um homem morto?".
Heráclito indagou mais ou menos sobre: "Quem sabe a vida não é morte e a morte, vida?".
Submerso, mas de cabeça erguida. Revisitando o que já tinha sido visitado, eu não quis ser redudante, eu quis ser um pouco mais claro, e se errei, reconheço: peço perdão. Eu vou tentar viver um pouco de RE: reconhecer, revisitar, repensar, reter, reaproximar, reinventar, redescobrir. Só preciso de muito amor para me impulsionar, ditribuir e absorver, eu preciso também de paixão. Continuarei a prezar pela racionalidade, mas ciente de que ela pouca vale para um mundo extremamente sensível.
Flores, perfume, chuva, sol e muitas palavras de carinho com muitas respostas de afetos em atitudes. Será que donde estou a queda pode ser tão grande? Vale o risco! Eu me permito! Afinal, estou morto. E veja só, mortos partem no caixão carregado de...
Viva a Primavera!
(Texto escrito entre 22 e 23 de Setembro, quando o autor vislumbrou uma possibilidade definitiva em sua vida, e gostou, amou, quer)
quarta-feira, setembro 22
segunda-feira, setembro 20
Nos Bastidores
0
Eu tenho muitos rascunhos guardados, todos eles incompletos e inconsistentes. Recentemente as coisas têm perdido algum valor, daí eu faço muitas coisas pela metade, tem algo de errado comigo e eu preciso acabar com isso, antes que isso acabe comigo.
"Queria que o palco fosse uma corda esticada onde nenhum incompetente ousasse caminhar".
Goethe
Será que trancaram a porta para eu percorrer outros locais do meu ser? Ou será que estou me afastando do que queria?
"Queria que o palco fosse uma corda esticada onde nenhum incompetente ousasse caminhar".
Goethe
Será que trancaram a porta para eu percorrer outros locais do meu ser? Ou será que estou me afastando do que queria?
domingo, setembro 19
Passagem
1
(pode parecer um texto de Caio Fernando Abreu, eu só conheço um texto desse magnífico escritor, e boa parte de sua biografia sei bem)
Todo mundo tem um jardim que começa na mente e termina no coração, embora muitas flores criem raízes ao inverso ao começarem no coração e se alastrarem pela mente. Alguns podem até dizer que não, "eu nunca tive jardim nenhum, isso é apenas frescura e mais uma metáfora totalmente fora do que meta", quem diz está certo, quem sou para dizer que existe um jardim numa mente de solo infértil. "Minha mente é muito fértil, meu querido". Não, não para a semente que quero lançar.
Meu jardim sempre foi mais grama do que flores. Tenho umas flores lindas, poéticas, femininas e libertas. Tenho um pequeno duende que amo muito e veste saia, corre, pula, canta, grita, manda, dá risada, chora. Uma borboleta, apenas uma borboleta que parece se multiplicar e pousar em todos os cantos, com a vontade de todos os aromas e o desejo de conhecer cada lugarzinho ao sol e à sombra. Meus jardineiros: meus personagens, minhas atitudes e minhas palavras.
De repente, não tão de repente assim, nasceu uma flor estranha que me intrigava e ainda não tinha cheiro de nada. Ela tinha as pétalas amarelas, o pedúnculo verde, o receptáculo azul e o gineceu vermelho vivo que parecia descongelar um sangue. Não me lembro como era o jardim antes dessa flor irromper do solo com uma fúria! Colocou-se no meio com uma arrogância e maestria, e disputava olhares; tive (e talvez até hoje tenho) medo de ser uma flor carnívora. Um dia desses a única borboleta pouso sobre as pétalas amarelas, de longe fiquei tenso e apreensivo, muito medo de um dos dois não se completarem, ao passo que aquela planta era temida, era também desejada a permanecer ali, e a borboleta era única, não só por ser única, era também realista fantástica. Espanto foi observar as pétalas e as asas se completarem e se acariciarem com uma plenitude que eu não sei como.
A borboleta tão doce e de cores tão vastas. A flor tão selvagem e de cores tão poucas. Mesmo desconfio, na mesma semana, a flor tentou arrancar os pequenos braços do Duende, e como se não percebesse nascia sorrateiramente uma outra flor subjugada a sua sombra, uma florzinha rosa crescia dissimulada. Mais perigosa e mais selvagem. Não tinha receio, sabia que aquela sim era carnívora e ameaçava todas as outras flores do meu jardim, inclusive a própria flor que a acolhia em sombra. De cor rosa, rosa bebê, não daria nada. Cortei todas as pétalas rosas, deixei apenas a raiz para que talvez cresça comportada e menos destruidora. Espero a todo instante um ataque da flor centralizada, autoritária e dona de si mesma. Já não ando com uma tesoura na mão, forma que andava anteriormente a conhecê-la de fato. Uma pequena linha foi colocada próxima da raiz profunda, uma linha cortante que se faz fácil e possível. Deixemos a flor possivelmente carnívora.
Uma rosa vermelha de óculos parece muito me estimar; simples, pura, casta, inteligente, afável, amável. Uma rosa de cor-de-rosa ilumina o meu jardim com um sorriso que não parece personificação, parece real, tão real que posso enxergar deslumbrado a seu cheiro e a sua beleza de composição delicada. Tem margaridas no meu jardim, tão sociáveis são que não abrem mão de conversar e sorrir para as outras plantas. Uma margarida, em especial, de beleza ardilosa.
Fertilizantes? Os melhores e mais influentes na conexão mente-coração da minha existência. Até o eu já morto propõe vida ao meu jardim vivo, pulsante e, por isso mesmo, sensível.
Tem tantas coisas no meu jardim. Tem um espaço cinza dedicado as flores que ficam embaixo da terra, "amigas da sabedoria" interna, profunda. Tem tantas coisas no meu jardim. Tem um espaço dos outros escritores; colho pedaços de plantas e coloco no meu jardim.
Em um lugar de solo puro, com licença às regras normativas, com pedrinhas ao redor, com sapinhos de gesso, existe um lugar. Um espaço bem preservado, bem cuidado, bem desenvolvido onde aí pode ficar um ser especial, que pode ser flor, pode ser demônio e podem ser deuses a depender de como se apresente e de como consiga se situar por ali. O caminho dali é tão estreito e tão vigiado, dando a definir: impenetrável. Não é, isso é apenas cuidado, zelo, dedicação e espera. Quem sabe eu reconheça nas flores que tenho, que tenha uma flor brotando por ali e eu não saiba, que desabe do céu. Um dia esse espaço foi precipitadamente preenchido por uma flor chamada Alanna. Tão precipitadamente a mesma flor se desfez e afundou no solo tão fértil que parecia areia movediça.
Existem tais flores assim na sua vida? Quais as flores que você reconhece? Quantas borboletas você tem? Qual a sua água? Qual o seu sol? Qual a intensidade da sua energia luminosa? Qual o resultado da sua energia química? Pela noite, o seu jardim tem luz? É você que rega? Seus fertilizantes são mesmo fertilizantes? Você usa placa para não pisarem no jardim?
Responda, por favor. Eu preciso de sua resposta! Eu imploro! Eu suplico! Eu ainda não sei cuidar do meu jardim, e ele ultimamente está tão bonito.
Todo mundo tem um jardim que começa na mente e termina no coração, embora muitas flores criem raízes ao inverso ao começarem no coração e se alastrarem pela mente. Alguns podem até dizer que não, "eu nunca tive jardim nenhum, isso é apenas frescura e mais uma metáfora totalmente fora do que meta", quem diz está certo, quem sou para dizer que existe um jardim numa mente de solo infértil. "Minha mente é muito fértil, meu querido". Não, não para a semente que quero lançar.
Meu jardim sempre foi mais grama do que flores. Tenho umas flores lindas, poéticas, femininas e libertas. Tenho um pequeno duende que amo muito e veste saia, corre, pula, canta, grita, manda, dá risada, chora. Uma borboleta, apenas uma borboleta que parece se multiplicar e pousar em todos os cantos, com a vontade de todos os aromas e o desejo de conhecer cada lugarzinho ao sol e à sombra. Meus jardineiros: meus personagens, minhas atitudes e minhas palavras.
De repente, não tão de repente assim, nasceu uma flor estranha que me intrigava e ainda não tinha cheiro de nada. Ela tinha as pétalas amarelas, o pedúnculo verde, o receptáculo azul e o gineceu vermelho vivo que parecia descongelar um sangue. Não me lembro como era o jardim antes dessa flor irromper do solo com uma fúria! Colocou-se no meio com uma arrogância e maestria, e disputava olhares; tive (e talvez até hoje tenho) medo de ser uma flor carnívora. Um dia desses a única borboleta pouso sobre as pétalas amarelas, de longe fiquei tenso e apreensivo, muito medo de um dos dois não se completarem, ao passo que aquela planta era temida, era também desejada a permanecer ali, e a borboleta era única, não só por ser única, era também realista fantástica. Espanto foi observar as pétalas e as asas se completarem e se acariciarem com uma plenitude que eu não sei como.
A borboleta tão doce e de cores tão vastas. A flor tão selvagem e de cores tão poucas. Mesmo desconfio, na mesma semana, a flor tentou arrancar os pequenos braços do Duende, e como se não percebesse nascia sorrateiramente uma outra flor subjugada a sua sombra, uma florzinha rosa crescia dissimulada. Mais perigosa e mais selvagem. Não tinha receio, sabia que aquela sim era carnívora e ameaçava todas as outras flores do meu jardim, inclusive a própria flor que a acolhia em sombra. De cor rosa, rosa bebê, não daria nada. Cortei todas as pétalas rosas, deixei apenas a raiz para que talvez cresça comportada e menos destruidora. Espero a todo instante um ataque da flor centralizada, autoritária e dona de si mesma. Já não ando com uma tesoura na mão, forma que andava anteriormente a conhecê-la de fato. Uma pequena linha foi colocada próxima da raiz profunda, uma linha cortante que se faz fácil e possível. Deixemos a flor possivelmente carnívora.
Uma rosa vermelha de óculos parece muito me estimar; simples, pura, casta, inteligente, afável, amável. Uma rosa de cor-de-rosa ilumina o meu jardim com um sorriso que não parece personificação, parece real, tão real que posso enxergar deslumbrado a seu cheiro e a sua beleza de composição delicada. Tem margaridas no meu jardim, tão sociáveis são que não abrem mão de conversar e sorrir para as outras plantas. Uma margarida, em especial, de beleza ardilosa.
Fertilizantes? Os melhores e mais influentes na conexão mente-coração da minha existência. Até o eu já morto propõe vida ao meu jardim vivo, pulsante e, por isso mesmo, sensível.
Tem tantas coisas no meu jardim. Tem um espaço cinza dedicado as flores que ficam embaixo da terra, "amigas da sabedoria" interna, profunda. Tem tantas coisas no meu jardim. Tem um espaço dos outros escritores; colho pedaços de plantas e coloco no meu jardim.
Em um lugar de solo puro, com licença às regras normativas, com pedrinhas ao redor, com sapinhos de gesso, existe um lugar. Um espaço bem preservado, bem cuidado, bem desenvolvido onde aí pode ficar um ser especial, que pode ser flor, pode ser demônio e podem ser deuses a depender de como se apresente e de como consiga se situar por ali. O caminho dali é tão estreito e tão vigiado, dando a definir: impenetrável. Não é, isso é apenas cuidado, zelo, dedicação e espera. Quem sabe eu reconheça nas flores que tenho, que tenha uma flor brotando por ali e eu não saiba, que desabe do céu. Um dia esse espaço foi precipitadamente preenchido por uma flor chamada Alanna. Tão precipitadamente a mesma flor se desfez e afundou no solo tão fértil que parecia areia movediça.
Existem tais flores assim na sua vida? Quais as flores que você reconhece? Quantas borboletas você tem? Qual a sua água? Qual o seu sol? Qual a intensidade da sua energia luminosa? Qual o resultado da sua energia química? Pela noite, o seu jardim tem luz? É você que rega? Seus fertilizantes são mesmo fertilizantes? Você usa placa para não pisarem no jardim?
Responda, por favor. Eu preciso de sua resposta! Eu imploro! Eu suplico! Eu ainda não sei cuidar do meu jardim, e ele ultimamente está tão bonito.
sábado, setembro 18
Uma música: Starlight, Muse
1
Far away
The ship is taking me far away
Far away from the memories
Of the people who care if I live or die
Starlight
I will be chasing a starlight
Until the end of my life
I dont know if it's worth it anymore
Hold you in my arms
I just wanted to hold
You in my arms
My life
You electrify my life
Lets conspire to ignite
All the souls that would die just to feel alive
But I'll never let you go
If you promise not to fade away
never fade away
Our hopes and expectations
Black holes and revelations
Our hopes and expectations
Black holes and revelations
Hold you in my arms
I just wanted to hold
You in my arms
Far away
The ship is taking me far away
Far away from the memories
Of the people who care if I live or die
And I'll never let you go
If you promise not to fade away
never fade away
Our hopes and expectations
Black holes and revelations
Our hopes and expectations
Black holes and revelations
Hold you in my arms
I just wanted to hold
You in my arms
I just wanted to hold
http://www.vagalume.com.br/muse/starlight-traducao.html#ixzz0ztcOkigr
http://www.youtube.com/watch?v=Cix6xLpJS7w&feature=fvst
TRADUÇÃO NOS COMENTÁRIOS
(Te dedico, Marcelo Pereira!)
"You 'IS' my dog!"
"Miserável".
"Ahh hahahahaha, Diegão!"
The ship is taking me far away
Far away from the memories
Of the people who care if I live or die
Starlight
I will be chasing a starlight
Until the end of my life
I dont know if it's worth it anymore
Hold you in my arms
I just wanted to hold
You in my arms
My life
You electrify my life
Lets conspire to ignite
All the souls that would die just to feel alive
But I'll never let you go
If you promise not to fade away
never fade away
Our hopes and expectations
Black holes and revelations
Our hopes and expectations
Black holes and revelations
Hold you in my arms
I just wanted to hold
You in my arms
Far away
The ship is taking me far away
Far away from the memories
Of the people who care if I live or die
And I'll never let you go
If you promise not to fade away
never fade away
Our hopes and expectations
Black holes and revelations
Our hopes and expectations
Black holes and revelations
Hold you in my arms
I just wanted to hold
You in my arms
I just wanted to hold
http://www.vagalume.com.br/muse/starlight-traducao.html#ixzz0ztcOkigr
http://www.youtube.com/watch?v=Cix6xLpJS7w&feature=fvst
TRADUÇÃO NOS COMENTÁRIOS
(Te dedico, Marcelo Pereira!)
"You 'IS' my dog!"
"Miserável".
"Ahh hahahahaha, Diegão!"
Ela se repete neles
0
Palavras repetidas, atitudes repetidas, conceitos repetidos, escolhas repetidas, pensamentos repetidos condicionam uma vida. Mas também dá sentido, e limites, e orientação, e tema, e biografia.
Atitudes repetidas matam vidas, amores e amizades, porém, trás confiança.
Palavras repetidas nunca ganha em seu conjunto o Nobel de Literatura, mas é uma obra e tem seu valor, sem pedras no meio do caminho.
Escolhas repetidas nunca acrescentam em muita coisa, mas especializa e se tem plenitude.
Conceitos repetidos são quebrados, mas são desenvolvidos se questionados e debatidos.
Pensamentos repetidos são insuficientes, mas revela o que tendemos a pensar, ser e sentir; necessário a muita coisa.
A vida se repete e pouco a gente aprende.
Atitudes repetidas matam vidas, amores e amizades, porém, trás confiança.
Palavras repetidas nunca ganha em seu conjunto o Nobel de Literatura, mas é uma obra e tem seu valor, sem pedras no meio do caminho.
Escolhas repetidas nunca acrescentam em muita coisa, mas especializa e se tem plenitude.
Conceitos repetidos são quebrados, mas são desenvolvidos se questionados e debatidos.
Pensamentos repetidos são insuficientes, mas revela o que tendemos a pensar, ser e sentir; necessário a muita coisa.
A vida se repete e pouco a gente aprende.
sexta-feira, setembro 17
Com Clarice, a beber vinho
1
"(...)só se comparava à estrela cadente que atravessa quase imaginariamente o céu negro e deixa como rastro o vívido espanto de um Universo Vivo".
Estava com Clarice, tomando vinho. Estava com ela. Tento abrir um caminho, contornar o cabo que ainda não é da boa esperança, mas também não é o das Tormentas, estamos em transição. Como um certo filósofo disse sobre si, para se entender (compreender, sentir, apreender) Clarice Lispector é preciso ter pensamentos ruminantes.
E pensar que tive receio a ler e me tornar piegas, quando consigo enxergar a profunda tristeza trágica de seus personagens e o espaço necessário que me cabe do lado de fora.
O gosto amargo do vinho só me faz ter a certeza da profundidade dramática, algo que se perde na vida, quer dizer, até se ganha, mas no final, no caminho do outro extremo.
"Ainda era cedo para acender as lâmpadas, o que pelo menos precipitaria uma noite".
Livro: Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres (Clarice Lispector), cedido pela doce Williana.
Estava com Clarice, tomando vinho. Estava com ela. Tento abrir um caminho, contornar o cabo que ainda não é da boa esperança, mas também não é o das Tormentas, estamos em transição. Como um certo filósofo disse sobre si, para se entender (compreender, sentir, apreender) Clarice Lispector é preciso ter pensamentos ruminantes.
E pensar que tive receio a ler e me tornar piegas, quando consigo enxergar a profunda tristeza trágica de seus personagens e o espaço necessário que me cabe do lado de fora.
O gosto amargo do vinho só me faz ter a certeza da profundidade dramática, algo que se perde na vida, quer dizer, até se ganha, mas no final, no caminho do outro extremo.
"Ainda era cedo para acender as lâmpadas, o que pelo menos precipitaria uma noite".
Livro: Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres (Clarice Lispector), cedido pela doce Williana.
Desinteresse, Ilocução e Embalagem
0
Cantei aquela música velha do Richard Wagner.
E quis pular,
quis gritar,
quis sorrir,
quis sentir,
quis amar,
quis morrer de alegria.
Morrer de alegria é estranho.
Nietzsche está embriagado.
Deus está morto.
E eu estou em tempo de Richard Wagner.
Quero gritar,
quero sorrir,
quero sentir,
quero amar,
quero viver dentro de mim.
Nietzsche é do tempo de Richard Wagner.
Eu estou morto.
E Deus está embriagado.
Deus é Nietz,
Eu sou morto e você bebe algo.
Não quero mais nada,
talvez internalizar e Dó.
Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si.
E quis pular,
quis gritar,
quis sorrir,
quis sentir,
quis amar,
quis morrer de alegria.
Morrer de alegria é estranho.
Nietzsche está embriagado.
Deus está morto.
E eu estou em tempo de Richard Wagner.
Quero gritar,
quero sorrir,
quero sentir,
quero amar,
quero viver dentro de mim.
Nietzsche é do tempo de Richard Wagner.
Eu estou morto.
E Deus está embriagado.
Deus é Nietz,
Eu sou morto e você bebe algo.
Não quero mais nada,
talvez internalizar e Dó.
Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si.
terça-feira, setembro 14
Sobre a vida?
2
A vida deve ser vivida como uma.
Ou se deve morrer várias vezes por outras,
enxergar outras, sentir outras na mesma.
Se deve acreditar no que nos fortaleça.
Deve-se aceitar fatos:
iremos morrer,
não sabemos bem donde viemos,
não sabemos para onde vamos.
Tais extremos pouco interessa(pelo menos me interessa!),
pois seria dispendioso demais contemplar o infinito por mais de vinte anos,
já nos basta a adolescência.
Preenchemos o meio
com o chocolate, com o morango, com o napolitano, com cuspe, com iogurte, com sêmen, com lama, com cianeto, com cerveja congelada ou com o que for, algum desses recheios servem de metáfora para o sentido de nossas vidas.
Mas devemos ter um sentido: uma bússola e muito combustível.
Ou a gente se perde no mar das grandes invenções.
Ou a gente para no meio de um congestionamento constante que parece aos poucos se movimentar.
Ou a gente é atropelado pelos sentidos dos outros.
E com os setenta, oitenta anos,
lá estaremos de novo passando pela a adolescência e procurando uma resposta de tudo que não foi respondido.
E depois, voltaremos a infância.
Nossos filhos tendem a ser, também, nossos próprios pais.
A vida é mesmo trágica, e não seria tão bela se fosse cômica.
A vida é muito provavelmente uma síntese de inversões.
A vida é feita de tentativas pessoais constantes de definições.
A vida é mesmo muito bem feita: trágica, inversa e pré-definida.
Ou se deve morrer várias vezes por outras,
enxergar outras, sentir outras na mesma.
Se deve acreditar no que nos fortaleça.
Deve-se aceitar fatos:
iremos morrer,
não sabemos bem donde viemos,
não sabemos para onde vamos.
Tais extremos pouco interessa(pelo menos me interessa!),
pois seria dispendioso demais contemplar o infinito por mais de vinte anos,
já nos basta a adolescência.
Preenchemos o meio
com o chocolate, com o morango, com o napolitano, com cuspe, com iogurte, com sêmen, com lama, com cianeto, com cerveja congelada ou com o que for, algum desses recheios servem de metáfora para o sentido de nossas vidas.
Mas devemos ter um sentido: uma bússola e muito combustível.
Ou a gente se perde no mar das grandes invenções.
Ou a gente para no meio de um congestionamento constante que parece aos poucos se movimentar.
Ou a gente é atropelado pelos sentidos dos outros.
E com os setenta, oitenta anos,
lá estaremos de novo passando pela a adolescência e procurando uma resposta de tudo que não foi respondido.
E depois, voltaremos a infância.
Nossos filhos tendem a ser, também, nossos próprios pais.
A vida é mesmo trágica, e não seria tão bela se fosse cômica.
A vida é muito provavelmente uma síntese de inversões.
A vida é feita de tentativas pessoais constantes de definições.
A vida é mesmo muito bem feita: trágica, inversa e pré-definida.
domingo, setembro 12
Curto-circuito
2
Há pouco, ainda hoje, algo impressionante foi dito por minha mãe (em verdade, tanta coisa de fantástico é dito por ela).
- Diêgo, os travestis estão desesperados por causa dos políticos de Deus. Eles estão se movimentando para impedir a vitória, dizendo que não poderão se casar e vão perder o direito. O pastor pediu que no dia da eleição, a gente pegasse uns panfletinhos... mas num é boca de urna não, é só falar, entendeu?
Rápido percurso de uma semiologia barata: Atenção para o termo que ela usou: TRAVESTIS. Minha progenitora não tem um conhecimento científico, filosófico, epistemológico, psicológico, mas é dona de uma percepção e de fé tremenda. Ela entende que "viado", "bicha", "boiola", "gay" é de torpeza. Compreende que sou lunático, e mais uma vez: livre. Livre não implica dizer Bissexual, Homossexual e/ou Heterossexual. Eu estou querendo assumir um posicionamento Assexual. Se bem que é tão bom a prática do sexo consigo mesmo, né?
Voltando ao acontecimento... Eu no Notebook tentando não exprimir sequer uma sentimento. Se fosse uns meses atrás, eu teria dado total apoio. Eu mudei, não sei porque, mudei para o que era antes de ter me convertido (tornar-se evangélico); eu transito entre o que fui e sou, assim gero um novo que será transitado no dia de amanhã.
- Mas que - sucumbi - absurdo!
- Não, né não, minha mãe - modo carinhoso que minha mãe me chama, minha mãe, mainha - é só falar com as pessoas, entendeu?
- Isso também é boca de urna, mainha. As pessoas rirão de vocês - senso comum, admito, milhares de pessoas zombam dos evangélicos, algo deprimente por parte de quem faz isso - cada um tem suas escolhas, mainha.
- A mão de Deus vai pesar. Deus está irado com isso de casamento entre homens - minha vó me chamou para fazer o molho da lasanha, motivo necessário para não machucar minha mãe - Isso não pode acontecer...
Eu, particularmente, queria dizer a minha mãe que Deus, certamente, está mais preocupado, indubitavelmente, com questões mais urgentes: Fome, escassez de água, violência, injustiça, sofrimentos amorosos, intolerância religiosa. Ser onipotente constantemente deve cansar. Um único modo de ser deve cansar. Eu acho que Deus, depois da semana de Arte Moderna, tirou férias do Brasil. Talvez, tenha ele percebido que o povo já estava em bom caminho. Não sei se minha mãe me entenderia, na verdade sei. Ela ficaria magoada, e quem está morto sou eu, não ela; então, prefiro deixá-la viva e cheia do fogo divino, afinal, apesar de se dizer "no espírito", ainda permanece ligada à carne.
Eu já fui contra muitas outras coisas, entre elas o casamento gay, pensava em um Deus revoltado, arbitrário, punitivo; passei um ano com a noção do todo poderoso, custei a entender que isso não seria Deus, seria o Diabo engenhoso que criou o humano com possibilidades de prazeres e liberdade e o impede, o censura de usar, sentir.
Seria uma puta sacanagem se ele realmente tivesse feito isso. Ninguém nunca vai entender mesmo se ele fez ou não, até que ele venha se explicar e se mostre distinto do Diabo. Eu morto até agora não vi nada, penso que depois da morte temos um tempo para acertar contas nesse plano. Só pode. E olhe que não curto o Chico (o Xavier, não, não é do X-Men, é o Chico mesmo, não o Chico Buarque, o Chico Xavier do filme).
Deus, se o senhor ler meu blog, e deveras ser altamente déspota, tenha calamidade dos humanos criados a tua imagem e semelhança. Não querendo me explicar ou argumentar para o senhor, mas preciso relembrar que somos feitos a tua imagem e semelhança. Daí mudarmos o cenário em que vivemos, optar por outras escolhas, refletir o sentimento nas iras da natureza. Ai, Deus, espero que as pessoas não tenham trocado a verdadeira figura do ser do amor em troca da figura do ser da incompreensão, do repúdio, da contenção. Se o senhor acompanha meu blog, algo que acho muito complicado, pois tantos livros melhores e blogs decentes há por aí, veja com carinho que tento não te colocar no pedestal. Não sou panteísta, mas acredito do senhor está no meio da gente a todo tempo, a todo instante.
Sei de tê-lo como leitor. Toda vez que te procuro, te acho. E toda vez que me explico, o senhor já me entendera e me indagara sobre os assuntos das postagens. Ai, Deus como te amo. E como queria que as pessoas compreendessem a tua grandeza, exterminando tal imagem de Deus do Mein Kampf.
Lembro do filme do Jim Carrey ao falar sobre tantos pedidos e tantas coisas a serem feitas. Pena que o filme só ridicularizou teu compromisso, teu trabalho. Por isso, hora ou outra não te peço nada. Quando retornar de férias, sei que o senhor não nos abandona mesmo distante, ao Brasil, me procure pessoalmente. Precisamos conversar. Preciso colocá-lo no meu Divã e entender o meu criador, só assim quem sabe entender a criatura que sou. Não se sinta tão sobrecarregado, estarei contigo quando por aqui chegar.
Preciso pesquisar o preço de uns divãs.
Dizem que o senhor é enorme. Mas sei que pode se adaptar.
Queria te fazer uma perguntinha, mas tenho medo de ser interpretado como um ato desrespeitoso, algo só possível se te visse conservador, é para a gente marcar um dia, um horário e uma estação, pergunto:
- O senhor tem MSN?
Preciso colocá-lo no meu Divã e entender o meu criador, só assim quem sabe entender a criatura que sou. Ninguém nunca vai te entender mesmo, até que venha se explicar e se mostrar distinto do Diabo.
- Diêgo, os travestis estão desesperados por causa dos políticos de Deus. Eles estão se movimentando para impedir a vitória, dizendo que não poderão se casar e vão perder o direito. O pastor pediu que no dia da eleição, a gente pegasse uns panfletinhos... mas num é boca de urna não, é só falar, entendeu?
Rápido percurso de uma semiologia barata: Atenção para o termo que ela usou: TRAVESTIS. Minha progenitora não tem um conhecimento científico, filosófico, epistemológico, psicológico, mas é dona de uma percepção e de fé tremenda. Ela entende que "viado", "bicha", "boiola", "gay" é de torpeza. Compreende que sou lunático, e mais uma vez: livre. Livre não implica dizer Bissexual, Homossexual e/ou Heterossexual. Eu estou querendo assumir um posicionamento Assexual. Se bem que é tão bom a prática do sexo consigo mesmo, né?
Voltando ao acontecimento... Eu no Notebook tentando não exprimir sequer uma sentimento. Se fosse uns meses atrás, eu teria dado total apoio. Eu mudei, não sei porque, mudei para o que era antes de ter me convertido (tornar-se evangélico); eu transito entre o que fui e sou, assim gero um novo que será transitado no dia de amanhã.
- Mas que - sucumbi - absurdo!
- Não, né não, minha mãe - modo carinhoso que minha mãe me chama, minha mãe, mainha - é só falar com as pessoas, entendeu?
- Isso também é boca de urna, mainha. As pessoas rirão de vocês - senso comum, admito, milhares de pessoas zombam dos evangélicos, algo deprimente por parte de quem faz isso - cada um tem suas escolhas, mainha.
- A mão de Deus vai pesar. Deus está irado com isso de casamento entre homens - minha vó me chamou para fazer o molho da lasanha, motivo necessário para não machucar minha mãe - Isso não pode acontecer...
Eu, particularmente, queria dizer a minha mãe que Deus, certamente, está mais preocupado, indubitavelmente, com questões mais urgentes: Fome, escassez de água, violência, injustiça, sofrimentos amorosos, intolerância religiosa. Ser onipotente constantemente deve cansar. Um único modo de ser deve cansar. Eu acho que Deus, depois da semana de Arte Moderna, tirou férias do Brasil. Talvez, tenha ele percebido que o povo já estava em bom caminho. Não sei se minha mãe me entenderia, na verdade sei. Ela ficaria magoada, e quem está morto sou eu, não ela; então, prefiro deixá-la viva e cheia do fogo divino, afinal, apesar de se dizer "no espírito", ainda permanece ligada à carne.
Eu já fui contra muitas outras coisas, entre elas o casamento gay, pensava em um Deus revoltado, arbitrário, punitivo; passei um ano com a noção do todo poderoso, custei a entender que isso não seria Deus, seria o Diabo engenhoso que criou o humano com possibilidades de prazeres e liberdade e o impede, o censura de usar, sentir.
Seria uma puta sacanagem se ele realmente tivesse feito isso. Ninguém nunca vai entender mesmo se ele fez ou não, até que ele venha se explicar e se mostre distinto do Diabo. Eu morto até agora não vi nada, penso que depois da morte temos um tempo para acertar contas nesse plano. Só pode. E olhe que não curto o Chico (o Xavier, não, não é do X-Men, é o Chico mesmo, não o Chico Buarque, o Chico Xavier do filme).
Deus, se o senhor ler meu blog, e deveras ser altamente déspota, tenha calamidade dos humanos criados a tua imagem e semelhança. Não querendo me explicar ou argumentar para o senhor, mas preciso relembrar que somos feitos a tua imagem e semelhança. Daí mudarmos o cenário em que vivemos, optar por outras escolhas, refletir o sentimento nas iras da natureza. Ai, Deus, espero que as pessoas não tenham trocado a verdadeira figura do ser do amor em troca da figura do ser da incompreensão, do repúdio, da contenção. Se o senhor acompanha meu blog, algo que acho muito complicado, pois tantos livros melhores e blogs decentes há por aí, veja com carinho que tento não te colocar no pedestal. Não sou panteísta, mas acredito do senhor está no meio da gente a todo tempo, a todo instante.
Sei de tê-lo como leitor. Toda vez que te procuro, te acho. E toda vez que me explico, o senhor já me entendera e me indagara sobre os assuntos das postagens. Ai, Deus como te amo. E como queria que as pessoas compreendessem a tua grandeza, exterminando tal imagem de Deus do Mein Kampf.
Lembro do filme do Jim Carrey ao falar sobre tantos pedidos e tantas coisas a serem feitas. Pena que o filme só ridicularizou teu compromisso, teu trabalho. Por isso, hora ou outra não te peço nada. Quando retornar de férias, sei que o senhor não nos abandona mesmo distante, ao Brasil, me procure pessoalmente. Precisamos conversar. Preciso colocá-lo no meu Divã e entender o meu criador, só assim quem sabe entender a criatura que sou. Não se sinta tão sobrecarregado, estarei contigo quando por aqui chegar.
Preciso pesquisar o preço de uns divãs.
Dizem que o senhor é enorme. Mas sei que pode se adaptar.
Queria te fazer uma perguntinha, mas tenho medo de ser interpretado como um ato desrespeitoso, algo só possível se te visse conservador, é para a gente marcar um dia, um horário e uma estação, pergunto:
- O senhor tem MSN?
Preciso colocá-lo no meu Divã e entender o meu criador, só assim quem sabe entender a criatura que sou. Ninguém nunca vai te entender mesmo, até que venha se explicar e se mostrar distinto do Diabo.
sábado, setembro 11
Out
2
Inconsistente, vago, oco, perdido, melancólico, introspectivo, eu estou. E qualquer sorriso é feito com as forças das entranhas para não chorar.
Chorar?
Você não está morto?
Os mortos também sofrem.
Porém, sem as dores do coração.
E a eternidade?
Tento pensar nela, e resolver, mas não quero encontrar a solução. Quero conversar com quem elaborou a equação.
Confesso: Firme, forte, inabalável, eu ando.
Coisa louca. Ser louco.
Eu tropeço.
Explicado.
Chorar?
Você não está morto?
Os mortos também sofrem.
Porém, sem as dores do coração.
E a eternidade?
Tento pensar nela, e resolver, mas não quero encontrar a solução. Quero conversar com quem elaborou a equação.
Confesso: Firme, forte, inabalável, eu ando.
Coisa louca. Ser louco.
Eu tropeço.
Explicado.
sexta-feira, setembro 10
O Jovem Amortecido
1
"The lights go on
The lights go off
When things don't feel right
I lie down like a tired dog
Licking his wounds in the shade(...)"
(Scenic World - Beirut)
Sentado dentro do ônibus estava ele pensando sobre si e as coisas, ora fechava os olhos e tentava se compreender, ora procurava um apoio na biografia de Clarice e teve um insight:
Eu não preciso me explicar.
Fechou os olhos e passava pela ponte em alta felicidade contida, no embalo da alta velocidade do motorista, seu cabelo balançava, suas pestanas também, seu coração parecia ter esquecido de usar adrenalina em troca de outra substância.
Sentado na cadeira do ônibus, calado e cartesiano, pensou que estava no caminho da insensibilidade e, agora, bem próximo de um coração selvagem se via diante do abismo das paixões das quais queria escapar e ignorar. Já tinha lido algo sobre o abismo, e quando chegou em casa, com vontade de divulgar, compartilhar seus anseios, prazeres e dores, procurou no Google:
"Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para dentro de você".
Na lembrança, ele (Nietzsche) não estava lá. Ele estava calado, juntando peças do quebra-cabeça para falar algo ao seu aprendiz de díscipulo. Insight:
Eu não necessito ter as mesmas leituras.
Próximo do ponto de ônibus da casa dele, pensou em descer no ponto anterior. Quem sabe assim posso encontrar algo que tanto procuro. Mas desistiu, recordou:
"Eu não posso desperdiçar o meu tempo".
Postando esse texto, simultaneamente ao procurar a frase sobre o você olhar para o abismo e o abismo olhar para você, prezou por uma das provocações citadas por ele (o outro):
"Você vive hoje uma vida que gostaria de viver por toda a eternidade?"
Decidiu lutar contra as paixões, se arriscar à extrema sensibilidade de ler Clarice, continuar tentando ser um Superman... Decidia numa intensidade louca... Insight:
Eu estou morto!
Teve tal iluminação ao dormir no instante sentido do coração parado, tinha esquecido de descer do ônibus. Ao instante em que descia do ônibus, do ponto que desceria ao ponto que desceu, o coletivo foi atingido por uma pedra gigantesca, somente ele morreu, pelo menos é o que sua mente remonta (um incidente em Juazeiro da Bahia). Agora ele já estava morto, com a certeza de que céu e inferno não existem, assim como a vida só tem graça se tiver sentimento, e todo sentimento é válido quando não há céu nem inferno. Por isso, portanto, não faz sentido ter medo de encontrar o temido. Medo? Morto teria medo de quê? Brás Cubas teve medo de algo? Talvez da própria vida. Porque ter a vida é ter diversas condições, correntes, cadeados, agora estava morto, estava livre. Agora livre, não queria mais viver. E até mesmo Deus, quando morto, é mais poderoso ainda.
J.D.S.G. tinha morrido. Permanecerá com a imaginação de que está vivo estando morto. E o tempo? O sentimento? As coisas? Os amigos? Tudo continuaria a mesma coisa com o imenso detalhe de ser visto, sentido, observado, amado por outro olhar, um olhar vivo de um morto. Insight:
Bem, quando bem morrermos estaríamos prontos para a morte?
De vez em quando, alguma pérola. De vez em quando, algum sopro. De vez em quando, alguma voz sairá intensa das minhas mãos abrangendo meus dedos, sendo sempre que a mesma voz pode não está por aqui, pois o vento é forte e a asneira é fraca. De vez em quando, perdendo a vida segundo alguns colegas festeiros, estarei ganhando a morte. A morte, irresistivelmente, não pertence somente a geração do mal do século. É ela a meretriz mais cara e barata, um ponto de interrogação em constante fluxo.
Insight:
Bem, quando bem morrermos estaríamos prontos para a morte?
Ele quer amar, mas sabe que não há controle. Ele quer seguir pensando estar morto, pode ser capaz. Quer viver morto. Uma única corrente não impede de ser livre: amar o próximo. Isso não seria uma corrente, diz o Nietzsche idealizado na sua consciência, seria um elástico.
Insight:
Bem, quando bem morrermos estaríamos prontos para a morte?
"(...)When i feel alive
I try to immagine a careless life
A scenic world where the sunsets are all
breathtaking"
(Scenic World - Beirut)
The lights go off
When things don't feel right
I lie down like a tired dog
Licking his wounds in the shade(...)"
(Scenic World - Beirut)
Sentado dentro do ônibus estava ele pensando sobre si e as coisas, ora fechava os olhos e tentava se compreender, ora procurava um apoio na biografia de Clarice e teve um insight:
Eu não preciso me explicar.
Fechou os olhos e passava pela ponte em alta felicidade contida, no embalo da alta velocidade do motorista, seu cabelo balançava, suas pestanas também, seu coração parecia ter esquecido de usar adrenalina em troca de outra substância.
Sentado na cadeira do ônibus, calado e cartesiano, pensou que estava no caminho da insensibilidade e, agora, bem próximo de um coração selvagem se via diante do abismo das paixões das quais queria escapar e ignorar. Já tinha lido algo sobre o abismo, e quando chegou em casa, com vontade de divulgar, compartilhar seus anseios, prazeres e dores, procurou no Google:
"Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para dentro de você".
Na lembrança, ele (Nietzsche) não estava lá. Ele estava calado, juntando peças do quebra-cabeça para falar algo ao seu aprendiz de díscipulo. Insight:
Eu não necessito ter as mesmas leituras.
Próximo do ponto de ônibus da casa dele, pensou em descer no ponto anterior. Quem sabe assim posso encontrar algo que tanto procuro. Mas desistiu, recordou:
"Eu não posso desperdiçar o meu tempo".
Postando esse texto, simultaneamente ao procurar a frase sobre o você olhar para o abismo e o abismo olhar para você, prezou por uma das provocações citadas por ele (o outro):
"Você vive hoje uma vida que gostaria de viver por toda a eternidade?"
Decidiu lutar contra as paixões, se arriscar à extrema sensibilidade de ler Clarice, continuar tentando ser um Superman... Decidia numa intensidade louca... Insight:
Eu estou morto!
Teve tal iluminação ao dormir no instante sentido do coração parado, tinha esquecido de descer do ônibus. Ao instante em que descia do ônibus, do ponto que desceria ao ponto que desceu, o coletivo foi atingido por uma pedra gigantesca, somente ele morreu, pelo menos é o que sua mente remonta (um incidente em Juazeiro da Bahia). Agora ele já estava morto, com a certeza de que céu e inferno não existem, assim como a vida só tem graça se tiver sentimento, e todo sentimento é válido quando não há céu nem inferno. Por isso, portanto, não faz sentido ter medo de encontrar o temido. Medo? Morto teria medo de quê? Brás Cubas teve medo de algo? Talvez da própria vida. Porque ter a vida é ter diversas condições, correntes, cadeados, agora estava morto, estava livre. Agora livre, não queria mais viver. E até mesmo Deus, quando morto, é mais poderoso ainda.
J.D.S.G. tinha morrido. Permanecerá com a imaginação de que está vivo estando morto. E o tempo? O sentimento? As coisas? Os amigos? Tudo continuaria a mesma coisa com o imenso detalhe de ser visto, sentido, observado, amado por outro olhar, um olhar vivo de um morto. Insight:
Bem, quando bem morrermos estaríamos prontos para a morte?
De vez em quando, alguma pérola. De vez em quando, algum sopro. De vez em quando, alguma voz sairá intensa das minhas mãos abrangendo meus dedos, sendo sempre que a mesma voz pode não está por aqui, pois o vento é forte e a asneira é fraca. De vez em quando, perdendo a vida segundo alguns colegas festeiros, estarei ganhando a morte. A morte, irresistivelmente, não pertence somente a geração do mal do século. É ela a meretriz mais cara e barata, um ponto de interrogação em constante fluxo.
Insight:
Bem, quando bem morrermos estaríamos prontos para a morte?
Ele quer amar, mas sabe que não há controle. Ele quer seguir pensando estar morto, pode ser capaz. Quer viver morto. Uma única corrente não impede de ser livre: amar o próximo. Isso não seria uma corrente, diz o Nietzsche idealizado na sua consciência, seria um elástico.
Insight:
Bem, quando bem morrermos estaríamos prontos para a morte?
"(...)When i feel alive
I try to immagine a careless life
A scenic world where the sunsets are all
breathtaking"
(Scenic World - Beirut)
quarta-feira, setembro 8
Tudo que ando escutando e lendo sobre mim
2
"Você virou detetive, agora, foi?"
"Nietzsche!!!"
"Com exceção desse Menino(Diêgo, eu mesmo), ele é extremamente competitivo."
"Não sei se você me ama ou me odeia!"
"Esse menino é o cão!"
"Você é sempre indeciso!!!"
"Você é um cara que parece nunca ter conflito!"
"Menininho!!!!"
"e, o diego é, único."
"Você é exagerado!"
"vc vê mais problema q solução
vc não socializa facil
vc acha q as pessoas acham e logo se defende
vc pede pra ir ate o fim mas vc não vai junto
por essa nossa conversa toda
mais por isso eu te amo
mais q pote transparente
receptor
imagina squndo eu ler maquiavel
Eu sei disso tudo por que eu sou um porre
E tenho paixão por gente chata"
"A culpa também é sua!"
"Deixe de frescura!"
"Diêgo tá rebelde, tá me respondendo!!!"
"Meu anjo!!!"
"Você é um menino puro. De coração puro!"
"Mon amour..."
"Monalisa..."
"Que cara chato!!!"
"E as namoradas? Tô sabendo de uns boatos!!!"
"Você tem a mente aberta. Vai me entender!"
Kafka, Rimbaud, Nietzsche, Foucault, Gabo, Dostoiévski, Virginia Wolf, Beirut, Dido, Shakespeare, Gogh, Sartre, Chico, Caetano, Marisa, Calcanhoto, Rinaldo, Marcelo, Aristóteles, Marcelo Pereira, Renato, Almodóvar, Shyamalan, Allen, Nando, Thom, Cazuza, Vanessa, Proust, Grupo Dimenti, Epicuro, Sêneca, Heráclito, Kant, Bruno, Fernando, Allanna, Roger, Massaud, Marinalva, Licia, Jarbas, Murilo, Allisson, Igor, Neto, The Killers...
Tudo isso passa pela minha cabeça e se perde dentro de mim.
Já sou uma mistura de tudo isso.
Só isso tudo não me explica.
"Nietzsche!!!"
"Com exceção desse Menino(Diêgo, eu mesmo), ele é extremamente competitivo."
"Não sei se você me ama ou me odeia!"
"Esse menino é o cão!"
"Você é sempre indeciso!!!"
"Você é um cara que parece nunca ter conflito!"
"Menininho!!!!"
"e, o diego é, único."
"Você é exagerado!"
"vc vê mais problema q solução
vc não socializa facil
vc acha q as pessoas acham e logo se defende
vc pede pra ir ate o fim mas vc não vai junto
por essa nossa conversa toda
mais por isso eu te amo
mais q pote transparente
receptor
imagina squndo eu ler maquiavel
Eu sei disso tudo por que eu sou um porre
E tenho paixão por gente chata"
"A culpa também é sua!"
"Deixe de frescura!"
"Diêgo tá rebelde, tá me respondendo!!!"
"Meu anjo!!!"
"Você é um menino puro. De coração puro!"
"Mon amour..."
"Monalisa..."
"Que cara chato!!!"
"E as namoradas? Tô sabendo de uns boatos!!!"
"Você tem a mente aberta. Vai me entender!"
Kafka, Rimbaud, Nietzsche, Foucault, Gabo, Dostoiévski, Virginia Wolf, Beirut, Dido, Shakespeare, Gogh, Sartre, Chico, Caetano, Marisa, Calcanhoto, Rinaldo, Marcelo, Aristóteles, Marcelo Pereira, Renato, Almodóvar, Shyamalan, Allen, Nando, Thom, Cazuza, Vanessa, Proust, Grupo Dimenti, Epicuro, Sêneca, Heráclito, Kant, Bruno, Fernando, Allanna, Roger, Massaud, Marinalva, Licia, Jarbas, Murilo, Allisson, Igor, Neto, The Killers...
Tudo isso passa pela minha cabeça e se perde dentro de mim.
Já sou uma mistura de tudo isso.
Só isso tudo não me explica.
terça-feira, setembro 7
Sete de Setembro
2
Minha vó me disse que deitada sobre a cama próxima da janela escutava a banda passar, e ainda com dores do parto de minha mãe, no dia 07 de Setembro de 1968, conseguiu se sustentar nas beiras e observar o desfile e a comunhão de uma sociedade. E eu fiquei encantado, pois ela apontou para a janela e me disse com um tom tão suave e nostálgico.
Minha mãe tinha nascido, e minha história estava mais próxima de começar. Minha vó nasceu em 02 de Julho (independência da Bahia), minha mãe nasceu em 07 de Setembro (indepedência...exatamente) e eu em 27 de Março, um espírito louco por liberdade e amor intenso, um paradoxo, mas ainda não é independência de nada que eu saiba. Do teatro? De Tarantino?
Que a vida quer da gente durante a vida toda?
Minha mãe tinha nascido, e minha história estava mais próxima de começar. Minha vó nasceu em 02 de Julho (independência da Bahia), minha mãe nasceu em 07 de Setembro (indepedência...exatamente) e eu em 27 de Março, um espírito louco por liberdade e amor intenso, um paradoxo, mas ainda não é independência de nada que eu saiba. Do teatro? De Tarantino?
Que a vida quer da gente durante a vida toda?
segunda-feira, setembro 6
Não era eu te amo
2
A- Quero te dizer uma coisa.
B- O quê?
A- Só sei que posso dizer que quero te dizer.
B- Não entendo.
A- Talvez, seja isso.
B- Isso?!
A- Talvez, você não entendesse.
B- Diga, vou entender, diga, por favor.
A- Falta um meio, um caminho, algo, o ar necessário para eu produzir o som das palavras...
B- Posso fazer alguma coisa para o som, enfim?
A- Pode. Pode, sim. Me ajuda, me ajuda a construir essa estrada, esse caminho, essa atmosfera. Você pode?
B- Onde você quer chegar?
(C entra e olha, sai)
B- Onde?
B- O quê?
A- Só sei que posso dizer que quero te dizer.
B- Não entendo.
A- Talvez, seja isso.
B- Isso?!
A- Talvez, você não entendesse.
B- Diga, vou entender, diga, por favor.
A- Falta um meio, um caminho, algo, o ar necessário para eu produzir o som das palavras...
B- Posso fazer alguma coisa para o som, enfim?
A- Pode. Pode, sim. Me ajuda, me ajuda a construir essa estrada, esse caminho, essa atmosfera. Você pode?
B- Onde você quer chegar?
(C entra e olha, sai)
B- Onde?
domingo, setembro 5
Indo e Vindo
3
Depois, você perceberá as coisas e as afastará para seu eu chegar até ti. E irá desentupir a janela do teu quarto para algum cheiro dormir do teu lado. A vida é assim mesmo, um misto de vontade e representação.
Aí depois, depois, eu me esqueço de regar as flores. E quando eu me lembrar, elas estarão prontas para o meu próprio sepultamento. Por que falhamos tanto em esquecer de nós mesmos?
Em seguida, depois do depois, eu prometo que procurarei seu olhar no reflexo do meu olhar e uma vontade imensa sufocará tudo que me deixa forte. E eu estarei fraco, mas serei forte. Mais fraco, mas terrivelmente e estupidamente mais forte. Forte, com a cólera suficiente para fazer do vidro estilhaços e fazer das minhas imagens, pequenas em cada caco, o teu sofrimento, o teu remorso, o teu definhar constante.
E quando a gente procurar pelo antes, a gente saberá que o antes já não existe. Pelo menos o antes da gente não mais existirá, posto que agora é tão somente e só seu.
E de que adiantará seu chegar próximo de ti mesmo, se eu estarei vigiando teu inconsciente e poderei provocar o desespero e ansiedade inútil? De que adiantará o aroma das flores do seu jardim, você recordará que são minhas flores preferidas e que eu sempre fui o jardineiro dessas flores que doravante serão ignoradas por medo de lembra-se de mim? Será você capaz de tirar todos os significados que construímos juntos?
Você consegue me entender agora e depois de não mais existir? Vamos, tente! Eu sempre estarei do seu lado ou no jardim de tua casa! Em verdade, nosso jardim. Eu beijava as flores e você me apreciara, eu tão rápido com minhas pequenas asas e você tão linda contra o vento feroz soprando seus cabelos dourados. Vamos, tente, dona do jardim!
Aí depois, depois, eu me esqueço de regar as flores. E quando eu me lembrar, elas estarão prontas para o meu próprio sepultamento. Por que falhamos tanto em esquecer de nós mesmos?
Em seguida, depois do depois, eu prometo que procurarei seu olhar no reflexo do meu olhar e uma vontade imensa sufocará tudo que me deixa forte. E eu estarei fraco, mas serei forte. Mais fraco, mas terrivelmente e estupidamente mais forte. Forte, com a cólera suficiente para fazer do vidro estilhaços e fazer das minhas imagens, pequenas em cada caco, o teu sofrimento, o teu remorso, o teu definhar constante.
E quando a gente procurar pelo antes, a gente saberá que o antes já não existe. Pelo menos o antes da gente não mais existirá, posto que agora é tão somente e só seu.
E de que adiantará seu chegar próximo de ti mesmo, se eu estarei vigiando teu inconsciente e poderei provocar o desespero e ansiedade inútil? De que adiantará o aroma das flores do seu jardim, você recordará que são minhas flores preferidas e que eu sempre fui o jardineiro dessas flores que doravante serão ignoradas por medo de lembra-se de mim? Será você capaz de tirar todos os significados que construímos juntos?
Você consegue me entender agora e depois de não mais existir? Vamos, tente! Eu sempre estarei do seu lado ou no jardim de tua casa! Em verdade, nosso jardim. Eu beijava as flores e você me apreciara, eu tão rápido com minhas pequenas asas e você tão linda contra o vento feroz soprando seus cabelos dourados. Vamos, tente, dona do jardim!
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