sexta-feira, setembro 17

Com Clarice, a beber vinho

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"(...)só se comparava à estrela cadente que atravessa quase imaginariamente o céu negro e deixa como rastro o vívido espanto de um Universo Vivo".

Estava com Clarice, tomando vinho. Estava com ela. Tento abrir um caminho, contornar o cabo que ainda não é da boa esperança, mas também não é o das Tormentas, estamos em transição. Como um certo filósofo disse sobre si, para se entender (compreender, sentir, apreender) Clarice Lispector é preciso ter pensamentos ruminantes.

E pensar que tive receio a ler e me tornar piegas, quando consigo enxergar a profunda tristeza trágica de seus personagens e o espaço necessário que me cabe do lado de fora.

O gosto amargo do vinho só me faz ter a certeza da profundidade dramática, algo que se perde na vida, quer dizer, até se ganha, mas no final, no caminho do outro extremo.

"Ainda era cedo para acender as lâmpadas, o que pelo menos precipitaria uma noite".

Livro: Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres (Clarice Lispector), cedido pela doce Williana.

1 Response to Com Clarice, a beber vinho

Wiliana
18 de setembro de 2010 às 00:38

Sinceramente... Indizível!!! Fico muitíssimo feliz diante de suas palavras!!! Sim... Os pensamentos ruminantes são imprescindíveis para entendê-los... (nos entender, também???)"Enfim..." AMEI!!!