quarta-feira, setembro 22

Primavera

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[Informe: esclarecerei mais o texto, em breve]

E se eu mudar de idéia, lerei essa postagem e terei a certeza do meu querer.


Na faculdade, hoje, minha colega disse:
- Meu Deus! Eu acho que estou surda. Não consigo escutar o que as pessoas me falam perto de mim.

Ela tinha perguntado o dia de hoje, meu colega a uns dois metros disse que era quarta-feira, de nada adiantou. Perguntou mais alto:
-Que dia é hoje?
Eu respondi:
-Ele tá dizendo.
Daí a conclusão, uma conclusão espontânea, mas de uma poeticidade!!!

"Não consigo escutar o que as pessoas me falam perto de mim".

Queria escrever um monte de coisa por aqui: de como me sinto, me vejo, me observo, me trago, me levo, me deito. Falar sobre a possibilidade simples, tão simples de ser feliz. Considerar os traços de cada um e enxergar a vida e as pessoas com o olhar de Deus. Olhar de Deus, isso não seria presunção, seria Revelação. Eu me sinto como que diante de uma Nebulosa, mesmo pequeno me sinto grande e sorridente.

Apenas um motivo me deixa submerso: o rompimento de uma amizade sinuosa, turva, intensa. E a intensidade toda minha, hoje, se fez destruidora e cruel. Daí carrego uma outra grande certeza: Sou um homem de poucos amigos e amigas, e acabo de perder (para o meu bem, talvez) a maior amizade que tive até hoje. Uma flor do meu jardim teve de ser retirada, eu quase choro, mas sou forte tanto quanto a raiz dessa flor que pouco sentiu ao ser arrancada. Eu lamento, eu tentei, eu busquei, eu até sonhei.

Estranho é ser primavera e eu ficar debruçado sobre as flores que pediram silenciosamente para partirem para outros jardins. A vida é deveras feita de escolhas, não há fato tão certo quanto esse. "Tá, mas você não é um homem morto?".
Heráclito indagou mais ou menos sobre: "Quem sabe a vida não é morte e a morte, vida?".

Submerso, mas de cabeça erguida. Revisitando o que já tinha sido visitado, eu não quis ser redudante, eu quis ser um pouco mais claro, e se errei, reconheço: peço perdão. Eu vou tentar viver um pouco de RE: reconhecer, revisitar, repensar, reter, reaproximar, reinventar, redescobrir. Só preciso de muito amor para me impulsionar, ditribuir e absorver, eu preciso também de paixão. Continuarei a prezar pela racionalidade, mas ciente de que ela pouca vale para um mundo extremamente sensível.

Flores, perfume, chuva, sol e muitas palavras de carinho com muitas respostas de afetos em atitudes. Será que donde estou a queda pode ser tão grande? Vale o risco! Eu me permito! Afinal, estou morto. E veja só, mortos partem no caixão carregado de...

Viva a Primavera!

(Texto escrito entre 22 e 23 de Setembro, quando o autor vislumbrou uma possibilidade definitiva em sua vida, e gostou, amou, quer)

1 Response to Primavera

Wiliana
5 de outubro de 2010 às 01:43

É uma honra incalculável fazer parte desse jardim!!! ;)
...e ser caracterizada com tanto carinho...