...
(Amarelo)
Agora
podemos
conversar.
(Vermelho)
Tire mais um pedaço dessa maçã mordida, tire. Agora, me diga o motivo pelo qual você tirou, o motivo pelo lado que escolheu, o motivo do tamanho que mordeu.
Me perdoe a pressa, mas é o tempo. Esse tempo que temos nesse Sinal Fechado, com essa música de Chico Buarque ao fundo da nossa conversa, na qual o roncar do motor cessa sem movimento de deslocamento.
E é por isso que te pergunto, me responde, enquanto o sinal tá fechado. Eu preciso de um retorno sobre tudo que você fez durante todo esse tempo em que esteve com a minha maçã.
(Verde)
Ai, ai, "quanto tempo, pois é, quanto tempo"...
... Vou repetir a música.
... Um outro sinal aberto, que pena!
...Desculpa se ando rápido, só ando a 100.
...Se você quiser comentar algo...
(Distante dali, uma mosca)
Eu pergunto o que já foi perguntado alguma vez, sentido em algum instante:
Por qual motivo só conseguimos amar verdadeiramente as coisas que nos foram privadas?
"Tudo é precioso para aquele que foi, por muito tempo, privado de tudo".
Friedrich Nietzsche
(Amarelo)
...
...
...
segunda-feira, outubro 11
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1 Response to Desculpa da Maçã Mordida
Texto lindo.
:)
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