domingo, março 7

Raios

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Me dá a mão. Eu queria acreditar mais em mim, recuperar a coragem da minha infância e abrir mão de muitos conselhos que coibiram alguns sonhos. Já parou para pensar o quanto de nós fica por aí? A gente anda e perde alguns coisas pelo caminho, encontramos também, é verdade. Estamos sempre em construção.

Hoje, a noite, fiquei sabendo que um raio caiu na casa de uma amiga minha, aí fico encabulado com o que pode acontecer em qualquer lugar e com qualquer pessoa. Fico aqui pensando a farsa que somos pelo pensamento rídiculo de estarmos quase sempre imunes. Aí eu penso que temos pernas (e sempre teremos!?) e não caminhamos o suficiente para usar o máximo de que somos capazes. Temos olhos e só vamos sentir a ausência, na verdade só sentiríamos se perdêssemos. Na verdade, a privação aciona a ausência que por sua vez alerta-nos de que algo está errado. Lógico, claro, não quero dizer que devemos andar por aí como se fôssemos esbanjadores do que temos; sugiro que se reserve um instante para o deleite dos olhos, da boca, do queixo, do pé, da barriga. Não somos só feitos de órgãos sexuais e seus maravilhosos orgasmos, não! Há tanto para ser explorado.

E nossa vida tem disso. Disso que disse sobre o raio. Eu acho que as pessoas mais envolventes e apaixonantes do mundo sentiram o encontro com um raio, frente a frente, cara a cara, olho a olho; elas devem ter descoberto a preciosidade e a graça que Deus nos deu. E tem muita gente que presencia inúmeras descargas elétricas e não as sente; tais pessoas são não-fomentáveis, só pode. O humano o mais belo humano é aquele vulnerável.

Nada demais aconteceu com minha amiga e seus familiares. Ocorreu que alguns equipamentos queimaram: dispositivos do computador e antena parabólica são os objetos que sei. A gente anda e perde alguns coisas pelo caminho, encontramos também, é verdade.
Desejo que um raio (para o bem e do bem) apareça em sua vida. Quem sabe tal raio seja uma pessoa? Um emprego? Um amigo? Um livro?

Raios! Somente quando o raio caí e o cabedal de valores desmoronar, ainda assim exigir um renuncia do que somos, nós perceberemos, enfim, que estamos sempre em construção.

4 Response to Raios

7 de março de 2010 às 21:21

um raio para iluminar a vida...para iluminar os caminhos por onde passamos...sem medo de perder e sem olhar para tras...

7 de março de 2010 às 21:33

mtu bom texto ^^
to te seguindo dude

Anônimo
7 de março de 2010 às 21:45

Esses raios me fazem pensar em quão frágil a vida é... E nós só damos valor à ela quando estamos prestes a perdê-la.
O mesmo com os braços, pernas, olhos... e órgãos sexuais, quando os perdemos.

Bom texto, abraços!

7 de março de 2010 às 21:46

Oi, Johnatan!
lendo comentários no meu blog, te vi, e confesso, que me supreendi em ver que alguém realmente soube descrever-me de forma tão clara e direta. E acho que até me ajudou um pouco, melhorar o meu humor.
Facinada então, resolvi 'fuçar' e descobrir você. E achei esse blog, o seu blog.
Viu, como a incerteza não é só meu amigo? Ele está em todos os lugares. Temos sempre a certeza que estamos imunes, mas sempre a incerteza nos prova que não estamos. E sempre é ela que abre nossos olhos. Vamos dizer que a incerteza é esse tal 'raio' que você relata em teu texto.
A vida é tão irreal, né? Confesso que tenho medo dela. Enfim, uma bola de cristal resolveria nosso problema, heim?


Foi ótimo conhecer seu blog, virei aqui mais vezes com certeza. Apareça e de um oi de vez enquado no meu blog também.
Beeijão!