quarta-feira, fevereiro 3

Asneiras Fragmentadas ao Vento

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Nem sei se estou acordado, sei que é quase duas horas da madrugada, sei que respiro, sei que vivo. Escuto Nando Reis e um turilhão de pensamentos negros me assombram; uma mistura de cansaço e culpa.

Carrego uma vontade indigna de mim, algo que alarma e acalenta, sentimento paradoxal. Sinto um impulso da parte dele, em seguida vem uma repulsa maior. Será sono?

Talvez, esse seja o texto mais inútil do Blog e merece tal título. Queria gritar bem alto para escutar alguém que eu não conheça me dizer que estava me olhando de longe. Engraçado, a gente precisa de pessoas que não sejam da nossa família. Um complemento. Meu coração ainda vaga, preenchido de uma reserva fantasmagórica.

Acontece que o teclado parece absorver todas as minhas palavras poéticas, só sai isso de nada, essas asneiras. Poderia aproveitar para explicar o título do Blog, o nome do tal.

Bem, Asneiras do Vento se deve... Gente, eu não faço a mínima noção pelo qual coloquei esse nome, tal eufemismo ao espaço virtual. Posso até fingir, arranjar desculpas, mas no tempo coloquei por gostar das Asneiras da Emílida do Monteiro Lobato. Quanto ao "Vento", gosto de sentir o vento forte ou o sussurrar do vento.

Parece uma anunciação, sempre me parece isso. Vai dizer que você, leitor, nunca sentiu algo pelo vento. Pode até não ter sentido, mas e Brisa? Nunca sentiu nada por Brisa? Eu sinto, sinto muito ódio e um fragmento desprezível de amor, amor é exagero. Queria dizer a brisa, nada em sentido humano. Parece que estou começando a acordar depois dessa revelação.

Sigmund Freud dizia em outras palavras que, distantes das que aquí vou interpretar, o sonho nada mais é que a significação dos desejos. Estarei eu sonhando e descobrindo o que me falta? Prefiro continuar assim, virgem. Virgem? Um riso malicioso formou-se na minha face, pois então Virgem. Definitivamente virgem.

Começo a entender que a masturbação não é tão legal, minha mão ultimamente está mais limpa e meu corpo aparenta vigor. Quero aprimorar o meu espirito, uma paixão louca me aguarda. Já vivo assim, assim apaixonado. Embriagado de palavars bíblicas.

E eu queria dizer que nesse momento de tantas confissões, dizer alguma coisa entalada na minha garganta. Mas, não vou dizer. Seria retomar algo já esquecido. Mentira. Lembro muito bem, senão teria não dito nada. Lembrança viva e velha, outra vida.

Enfim, no fim eu espero vencer. Vencer que batalha? Só se vence batalha? Não, certo, leitor? Se vence muitas coisas nessa vida, inclusive se vence perdendo. Essas tais complicações da vida. Sinceramente, eu tenho uma atração terrível pelo lugar de todos. Falar da vida? Mais um escritor desconhecido falando da vida. Onde está a criatividade? Não faço a minima idéia, apesar de sempre tentar ser criativo. O problema é que não tentarei mais ser criativo, pronto, decidido! Farei e se tiver feito não posso refazer nada; não tem como lutar quando já estamos mortos. Seria rídiculo um espírito lutar contro um corpo pulsante e circulante de sangue quente.

Vou indagar mais.

Eu quero dizer que estou com uma programação de um livro em cada mês de 2010. E daí!? Bem, e daí você poderia dizer: Nossa, legal. Mas, acredito no potencial dos leitores do futuro. Será que tereis leitores do futuro? Será que eu serei conhecido mesmo? O que me leva a escrever tudo isso? Confiança? Dúvido muito do futuro, ele é muito cruel com os sonhadores.

Quero dizer mais alguma coisa! Desculpa, já estou sendo prolixo não é? Mas, não estou. Prolixo seria dizer a mesma coisa o tempo inteiro. Reparem, disse inúmeras coisas. Certo, pode ser besteira, mas relevem em nome do sentimento comum do ser humano: finitude. Eu quero dizer que estou apaixonado. Apaixonado por minha vida, uma vontade de viver que eu nunca tive antes. Quero terminar a faculdade, aplicar pesquisas sobre teatro, comprar uma casa para minha família, ter um filho (dois filhos). Nesse exato momento, nesse exato momento eu tive medo: avistei um ser no quintal do apartamento vizinho, estava de branco e fugiu quando percebeu que tinha alguém acordado. Se foi meu anjo, ele voltará mais tarde. Essa mais alguma coisa se prolongou muito é bem verdade. Será assim perante a morte. Ela não tem forma, é morte. Sentimentos não tem forma fixa, cada um dá ao seu sentimento a forma que quiser. Por exemplo, quando teclo a palavra "amizade" vem em mente os meus amigos, na sua mente, em sentido lógico, irá aparecer os seus amigos. Por isso que não lemos as mesmas coisas da mesma forma. Claro, iria esquecendo. Quero ter uma mulher muito bela, saberá literatura, cuidar de filhos, ir em busca dos próprios sonhos e se agarrar aos meus (bem como eu aos dela); compartilharemos copo, corpo, cama, lençol.
Ela beberá o meu líquido vital e eu beberei o líquido vital dela, ainda assim não seremos demasiado profanos. Faremos amor em noites de verão, em algumas noites de inverno, em noites de outono e nas noites de primavera recitaremos versos e nos beijaremos até Morfeu nos conceder a primazia sonífera, faremos amor em sonhos.

Deus, quanto o ser humano sonha? Somos humanos em sua totalidade, para alguns somos somente ambulantes orgãos fálicos. Estou cada vez distante dessa doente sociedade, cada vez mais livre. Liberdade também é questão de entendimento complexo, gastaríamos mais uma madrugada.

Já estava terminando, vou terminar. Só quero, leitor, não terminar como a vida em muitas ocasiões terminam: absurdamente. Não entendo a gravidade de um enredo onde o personagem vive mil e uma noite e morre de um tiro no pescoço, melhor ou pior é enfrentar dezenas de exércitos e morrer com uma lança cravada no calcanhar. Somos deveras frágeis. Esse ar de músculos definidos e mentes bem formadas, todo moralismo é nada, é insignificante. Músculos, Mentes, Relações sociais, tudo recheio de um biscoito díficil de ingerir. Se não fosse tanta invenção de recheio morreríamos de tédio, e qualquer um pode reclamar de tédio, até o mais rico homem pode sofrer de tédio.

Espero não ter sido tão tedioso. Sem propósito algum, considero que minha vida deverá ser belíssima. Para tanto, preciso considerar que minha felicidade não restringe-se ao reconhecimento, uma capa de revista da BRAVO! ou algo semelhante, seria ótimo, no azo. Tenho de aprender logo, já se tem vinte anos de vida terrestre esse rídiculo que vos escreve.

Ora subo a barra de rolamento para saber se escrevi muito, ora sinto uma dor na coluna, ora penso em dormir.

Último parágrafo. Prometo. Agora quero falar de mim para mim mesmo. Querer a vida é quere a morte, não se pode viver sem morrer. E toda as questões que levantar irão aparecer em outra ocasião, fugir é ser covarde e corajoso, depende de que momento estamos vivendo. Estás recuperando o amor. Não se abale com pouco, você é tanto por enorme que seja o mundo. Cada ser humano vê o mundo do tamanho que quer vê, não seja tão grande nem tão pequeno, muito menos fique situado na mediocridade. Apareça quando for para aparecer, apareça sempre, se quer saber. Essa vida é tão curta quanto uma música de três minutos do topo das paradas de sucesso. Se você quer alguma coisa, mentalize e peça. Peça com toda a paixão que você tem, peça aos céus e ele irá trazer o que você pede. Poucas pessoas fazem isso, algumas delas pedem a mesma coisa. Não atente os céus, não peça coisas banais e repletas de futilidades, seja honesto e você mesmo. Olhe sempre para o caminho traçado e repare sempre que tudo está sendo concluído, e se você quiser mais alguma coisa quando na morte estiver, peça. E você terá a vida que sempre quis nem que para isso você, eu não quero completar essa mensagem. Seu anjo manda dizer que já é hora e que não pode passar das três (horas). Teu anjo é forte e te acompanha, menino. Acredita nele, acredita e tenha fé. A fé é tão necessária tanto como o amor, a vida sem valores é objeto sem significância. A vida é muito para não ser significativa. Posso dizer que te amo? Sei que sim, te amo!

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