terça-feira, fevereiro 23

Sem Ser Sentido

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Beijou a mão dele antes mesmo da despedida, foi assim que o viu vivo pela última vez. Exatos cinco passos em direção ao carro sob uma chuva torrencial, um raio veio ao encontro dele e desfigurou todo o corpo do homem. Ela já não entendia nada, a partir de então tornou-se deficiente visual como que ironia do enredo da vida, com isso todos podiam mentir dizendo que estava tudo bem com ele e já estava trabalhando em outro país.

Pediu prova, esperneou, implorou para falar com ele. Até que conseguiram uma gravação e com tamanha maestria enganaram perfeitamente, foi enganada até a sua morte. Mas, quando todos os sentidos consentiam em aprovação dele está vivo, um sempre resistia em tal comprovação dos outros. Era o tal do sexto sentido, algo declarava: Tudo é uma mentira. Ela deixou-se enganar pelos outros quando disseram que ele tinha perdido a voz em incêndio e até a sua pele tinha sido destituída; tocava em outro homem que não era ele. Ela sabia de tudo isso, se tivesse olhos saberia mais um pouco. Se tivesse olhos, certamente seria mais triste. Mas, ela tinha olhos e nossos principais olhos se espalham pelo corpo. Via o mundo melhor dos que a mentiam.

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